23/10/09 12h40

Yuny assume gestão do luxuoso Seridó

Valor Econômico

Lançado com toda a pompa e um pesado investimento em marketing, o maior empreendimento de luxo do mercado paulistano no passado - com apartamentos entre R$ 6 milhões (US$ 3,5 milhões) e R$ R$ 11 milhões (US$ 6,4 milhões) - tem uma história conturbada, que preocupou os bem relacionados e bem informados donos de um apartamento. O fato de ser um projeto de grandes proporções para o mercado de altíssimo padrão (são 128 apartamentos e duas torres), lançado no auge da crise por uma empresa prestes a quebrar, a Klabin Segall comprometeu o nascimento do Seridó 106.

Em um novo capítulo, o Golden Tree, fundo de private equity que investiu mais de R$ 100 milhões (US$ 58 milhões) na aquisição de 75% do empreendimento (50% da Klabin Segall e 25% da Construtora São José, que manteve 25%), esforça-se para recuperar esse megaprojeto. O fundo, um dos mais ativos no mercado imobiliário no país, inclusive durante a crise, contratou a Yuny - empresa na qual detém participação e é sócia do fundo em vários projetos - para fazer a gestão do projeto. A Yuny, incorporadora que atua no mercado de alto padrão, fará o papel que seria da Klabin Segall. Ficará com a gestão financeira, de marketing e vendas e acompanhamento da obra (a construção está a cargo da São José).

Apesar de ser extremamente "low profile", o fundo, pela primeira vez, resolveu se expôr e colocar sua assinatura no projeto. Até fez um anúncio corporativo em revistas e jornais se apresentando e anunciando a sua entrada no empreendimento. Tudo para retomar a credibilidade e atrair novos compradores. Gente bem informada o suficiente para saber dos problemas que rondaram o negócio.

O Brasil é a maior operação do GTIS fora dos EUA. Com sede em Nova York, o fundo, voltado para o mercado imobiliário, tem uma carteira de ativos avaliados em mais de R$ 4 bilhões (US$ 2,3 bilhões) no Brasil. Tem uma joint venture com a própria Yuny, onde já investiu R$ 400 milhões (US$ 232,6 milhões) de R$ 700 milhões (US$ 407 milhões) previstos.

Nessa nova fase, serão investidos mais R$ 2,5 milhões (US$ 1,45 milhão) em publicidade até o final do ano. Como as obras já começaram, o novo sócio também está erguendo um outro apartamento decorado - o que não é comum em projetos desse padrão - no terreno da frente, com inauguração prevista para 14 de novembro. O Golden Tree e a São José também decidiram trocar a empresa de comercialização. Sai a Elite e a Abyara e entra a Lopes.

Até o momento, foram vendidos apenas 45 de 128 apartamentos, entre eles as quatro coberturas (de 717 m2 e 900 m2) de mais de R$ 10 milhões (US$ 5,8 milhões) cada. Por conta do alto valor de cada unidade, as vendas realizadas já renderam R$ 250 milhões (US$ 145,3 milhões). "É o equivalente ao VGV total de muitos empreendimentos", diz Silvestri, da São José. Como o fluxo de pagamento no altíssimo padrão é curto, inclusive com vendas à vista, o Seridó já está com fluxo de caixa positivo. "Teria mais de 80 apartamentos vendidos se não fosse a crise e o problema com a Klabin Segall", afirma Romano.