08/05/07 11h35

Volume de negócios dobra no Brasil em doze meses

Gazeta Mercantil - 08/05/2007

O volume de negócios de fusões e aquisições no Brasil anunciados nos primeiros quatro meses deste ano aumentou 97,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando US$ 17,06 bilhões, segundo ranking preparado pela Thomson Financial mensalmente para este jornal. Incluindo nas estatísticas negócios em que empresas brasileiras entram como compradoras, o volume aumenta um pouco, para US$ 18,65 bilhões, 80% acima do registrado no mesmo período de 2006. E há mais negócios em andamento. No setor bancário, por exemplo, a venda do ABN Amro - estimado em quase US$ 100 bilhões, o maior negócio já realizado no setor - pode produzir reflexos no Brasil, onde o banco é dono do Real, o terceiro maior entre os privados. O primeiro lugar nos dois rankings é do UBS, com US$ 7,5 bilhões em negócios; em seguida aparece o Rothschild, com US$ 5,5 bilhões, dos quais cerca de US$ 5 bilhões referem-se à oferta de recompra de ações preferenciais da Telemar. Luiz Muniz, sócio global do Rothschild e responsável por suas operações no Brasil, disse estar muito otimista com o movimento do mercado. "Temos muitos mandatos em andamento. Estamos muito satisfeitos pelo reconhecimento dos clientes de que somos um banco com foco exclusivo em fusões e aquisições", disse. Muniz lembra que o Rothschild foi muito ativo no mercado brasileiro assessorando governos na venda de estatais como Telebras, Light, Vale do Rio Doce, Banespa e Copesul. "Nos últimos quatro anos decidimos voltar o foco para o setor privado", informou. O Rothschild tem atualmente o mandato para o processo de desmutualização da BM&F, mas também participou da venda do Safra, e da associação do grupo francês Casino com o Pão de Açúcar. Além disso, participou da venda da operação de private bank do ABN em Miami para o Itaú. No mundo, os negócios anunciados passaram de US$ 1,03 bilhão para US$ 1,76 trilhão no mesmo período, também segundo a Thomson - um aumento de nada menos do que 70,9%. O líder do ranking é o Goldman Sachs, com US$ 593,7 bilhões. Em segundo lugar aparece o Citigroup, com US$ 575,1 bilhões. A forte onda de fusões é um dos fatores que vem sustentando sucessivos recordes das bolsas norte-americanas.