Volkswagen inicia a produção do Tera e movimenta 240 fornecedores
80% das 1 mil 825 peças do SUV, que começou a sair das linhas de Taubaté, vêm de empresas brasileiras
AutoDataA produção do principal lançamento da Volkswagen dos últimos anos foi iniciada na quinta-feira, 13, na fábrica de Taubaté, de onde já sai o Polo, veículo de maior volume do portfólio atual da marca no Brasil. O SUV Tera, totalmente desenhado e desenvolvido pelas equipes brasileiras de engenharia e design, movimenta 240 fornecedores, com 80% de suas 1 mil 825 peças produzidas por empresas brasileiras.
Ele integra o ciclo de investimentos de R$ 16 bilhões aplicado pela Volkswagen até 2028, que inclui dezesseis lançamentos. A fábrica foi modernizada, com novidades nas áreas de estamparia, armação, pintura, montagem final e logística, e agregou 260 novos trabalhadores diretos – a Volkswagen calcula que o efeito na cadeia gerou outros 2,6 mil empregos indiretos.
Somente neste ano, de acordo com Alexander Seitz, chairman executivo da VW América do Sul, serão investidos R$ 3,2 bilhões em compras de peças e componentes para o Tera. “Este valor representa 12% do total de compras previsto para o ano, R$ 26,3 bilhões”.
Quatro fornecedores estreiam na Volkswagen com o SUV, elevando para 414 o número de empresas que vendem peças para a companhia no País. Com a chegada do Tera subiu de 280 para 345 o número de caminhões que movimentam peças todos os dias em Taubaté – são 5,4 mil itens diferentes, dentre versões do Polo e do novo modelo.
Novidades na fábrica
R$ 13 bilhões dos R$ 16 bilhões investidos pela VW no Brasil serão aplicados nas fábricas paulistas de São Bernardo do Campo, São Carlos e Taubaté – a companhia não informou o valor destinado a cada unidade. Pesou na escolha da fábrica para produzir o Tera, segundo Ciro Possobom, presidente da VW Brasil, o fato de ela ter o menor custo de produção dentro do grupo.
Com a introdução do SUV nas linhas de Taubaté a Volkswagen promoveu algumas mudanças em sua organização produtiva nacional, facilitada pelo fato de os modelos serem produzidos sempre sobre a mesma plataforma, a MQB. Possobom disse que volume adicional do Polo Track poderá ser produzido em São Bernardo do Campo, que, até então, só monta as versões mais caras do hatch. A do Tera será concentrada em Taubaté.
Para a produção do modelo foram promovidas modernizações e adquiridos novos equipamentos. Na área de estamparia foram agregadas 158 novas ferramentas, expandindo em 80% a quantidade. Dentre as 354 ferramentas a VW destaca o novo GOM, equipamento que faz a medição automática das peças. Também cresceu 80% o número de equipamentos na área de armação, que passou a contar com 875 robôs, 514 pistolas de solda e 268 pinças.
A área de pintura precisou ser adaptada para que pudesse ser feita a pintura bitom, que deixa o teto da carroceria em outra cor. A energia ali utilizada passou a ser obtida por meio de biometano, comprado da Raízen, que reduzirá em até 99% as emissões de CO2 do processo.
A montagem final foi ampliada e passou a ter mais processos automatizados e novos equipamentos, que permitem, por exemplo, a atualização de recursos ADAS e a montagem automática das molas traseiras, o que aumentou a capacidade e qualidade do processo.