23/10/10 13h55

Voith desenvolve em SP nova máquina para celulose

O Estado de S. Paulo

A alemã Voith Paper desenvolve em sua unidade de São Paulo uma nova máquina para o setor de celulose que vai reduzir em 25% o gasto de energia na fase de secagem do produto. A construção do galpão que abrigará o equipamento começará em novembro, e a companhia prevê que apresentará a novidade aos fabricantes a partir de março do ano que vem. A expectativa do presidente global da Voith Paper, Hans-Peter Sollinger, que falou ao Estado em visita ao País nesta semana, é que o novo maquinário seja vendido por aproximadamente US$ 300 milhões.De acordo com Sollinger, o investimento está diretamente ligado à expansão do mercado brasileiro de celulose: segundo a associação que reúne as indústrias do setor, a Bracelpa, os aportes de empresas nacionais e multinacionais em novas fábricas e florestas deverá ficar perto da marca de US$ 20 bilhões até 2017. "O Brasil é claramente líder no setor de celulose, tem vantagens competitivas. O País já produz fibras de alta qualidade, ao preço mais baixo", disse o principal executivo da Voith Paper.Sollinger disse ainda que o setor de pesquisa e desenvolvimento da Voith no Brasil tem um orçamento na casa de "dezenas de milhões de dólares" por ano. Ele afirma que a companhia trabalha em três frentes: a redução do consumo de energia, o uso da água nos processos produtivos e a produção de mais papel com uma menor quantidade de fibras - o que resulta em um melhor aproveitamento das florestas plantadas.No caso da celulose, mercado de maior potencial no País, a Voith se concentra na secagem do produto. Porém, a sede paulistana do conglomerado também desenvolve produtos para a indústria de papel: no setor de tissue (papel higiênico, lenços e guardanapos, por exemplo), a planta desenvolveu um equipamento que reduz em 25% o custo de energia na fabricação de papel premium, exportado, e em 15% o consumo de fibras para variedades comuns, consumidas localmente.