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Virtus nasce da fusão de sete companhias

Valor Econômico - 07/03/2008

Em um sábado de fevereiro, Maurício Fernandes sentou-se em frente a uma taça de vinho, tirou da prateleira seu dicionário de latim e começou a ler os verbetes, um a um, a partir da letra "a". Só terminou no "v", quando se deparou com o que procurava: um nome que considerasse forte o bastante para batizar a união de sete companhias brasileiras de tecnologia da informação (TI) - incluindo a Dedalus, da qual é um dos fundadores - em um só grupo. Batizada de Virtus - a palavra latina para coragem, virtuosidade e força - a nova empresa foi anunciada ontem, mas começou a ser engendrada em meados do ano passado, nas reuniões de conselho de outra de suas companhias formadoras: a Automatos. "Começamos a conversar sobre consolidação e percebemos que era esse o caminho", diz André Fonseca, que assume a presidência da Virtus. A consolidação é um movimento cada vez mais intenso no mercado brasileiro de TI. O que torna o movimento da Virtus diferente é que, desta vez, sete empresas de médio porte - Biosalc, Intelekto, Trellis, Visionnaire e Volans, além de Automatos e Dedalus - decidiram se unir, assumindo participação parecida no grupo resultante. Trata-se de um modelo bem diferente do tradicional, em que o peixe maior simplesmente engole o menor. A Virtus nasce com 800 funcionários e uma carteira de aproximadamente mil clientes, incluindo peso-pesados como Bradesco, Itaú, Vivo, Oi, Carrefour, Nestlé e Embraer. Somada, a receita das sete companhias em 2007 foi de cerca de R$ 70 milhões (US$ 39,8 milhões), informa Fonseca. A composição acionária inclui os sócios das companhias agrupadas, além da Intel Capital - braço de capital de risco da gigante americana dos chips -; da IdeiasNet, empresa de investimento em negócios de TI; e do fundo SPTech. Os três últimos já detinham participação societária em alguma das empresas reunidas na Virtus. A maioria das empresas têm sede em São Paulo, mas serão mantidos um centro de desenvolvimento em Curitiba (PR), onde ficam os atuais laboratórios da Visionnaire, e outro em Petrópolis (RJ), centro de criação dos produtos da Automatos. Serão mantidas também as instalações da Biosalc, voltada para agroindústria, em Ribeirão Preto (SP). Os nomes das empresas originais passam, automaticamente, a batizar seus produtos. Embora passe a englobar várias atividades, o coração dos negócios será a área de software. Entre os principais competidores, diz o executivo, estão multinacionais como IBM e CA. Até o fim do ano, a expectativa da direção da Virtus é de que outras empresas se juntarão ao grupo. As áreas de interesse incluem segurança, engenharia de rede, análise da qualidade de software e infra-estrutura para TV digital.