14/03/11 11h38

Vidraria inicia abertura de lojas próprias em São Paulo

DCI

Com a meta de inaugurar 12 lojas próprias este ano, na cidade de São Paulo, a Cristalaria Nacional, que produz artesanalmente vidros e parte de um faturamento de R$ 36 milhões (US$ 21,2 milhões) em 2010, afirma ter aberto sua primeira unidade em dezembro último, no shopping paulistano SP Market, e deixou de ser exclusivamente industrial para atuar como varejista. Com a nova empreitada, os diretores Industrial, Antonio Carlos Bressan, e Administrativo, Carlos Donato Reis, pretendem incrementar em 30% as receitas da companhia para 2011 - a expectativa é que as lojas gerem R$ 14,2 milhões (US$ 8,4 milhões) por ano. Para atingir este objetivo, também planejam a instalação de um novo forno e o acréscimo de mais uma jornada de trabalho, durante a madrugada, no chão de fábrica.

Atualmente, 360 funcionários se ocupam na produção diária de 23 mil artigos decorativos, utensílios domésticos e, em menor escala, equipamentos técnicos para a indústria - tudo de vidro e feito "à mão" -, na Cristalaria Nacional. As peças são vendidas sob encomenda, a partir de 600 opções de forma que a empresa oferece. Os consumidores finais vão desde donas de casa até restaurantes e hotéis, que encontram as mercadorias no varejo, atendido diretamente pela fábrica e, principalmente, por meio de 50 distribuidores. Os principais mercados da companhia estão em São Paulo, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Mas há distribuição das peças, intermediada por um distribuidor, em Angola. E verifica-se também a ascensão de novos polos consumidores de artigos em vidro, nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Em Natal, por exemplo, já há a distribuição de produtos da vidraria, como contou Bressan.

Os novos estabelecimentos, previstos para este ano, podem vir em forma de lotes em shopping centers, lojas de rua e quiosques. Os dois primeiros modelos consistem em locais de 60 a 80 metros quadrados, expositivos, abrangendo todas as categorias de produtos da companhia (presentes, decoração, utensílios, etc.), e os quiosques, de 12m². "Esse mercado estava concentrado no sudeste. Hoje, além de estar indo para fora do Brasil, a gente está jogando ele para todo o mercado brasileiro, que até então, não abrangíamos", como afirmou Bressan.

Apesar do nome, a Cristalaria Nacional trabalha somente com vidro. Mensalmente, 300 toneladas de cacos são recicladas no processo de fabricação da empresa. A matéria-prima é da Coca-cola, cuja embalagem é "mais nobre que o vidro comum", segundo Bressan, e representa 40% da composição dos produtos feitos pela companhia paulista. O executivo argumenta que os restos são reaproveitados, voltando para o início da esteira de fabricação. O cristal, a despeito de ser uma coqueluxe dos utensílios domésticos, é feito à base de mercúrio, um elemento químico altamente poluidor. "O mercúrio é muito caro e agride o meio ambiente", disse Donato, o diretor Administrativo, que também cuida do controle de qualidade. O restante da composição do vidro que é produzido pela empresa é baseado em 30% de areia e 20% de barrilha, um componente básico para o produto, além de outras substâncias que são responsáveis pela liga, fusão, densidade e clareza da mercadoria.