16/03/11 14h03

Vendas no varejo em janeiro mostram demanda ainda forte

Valor Econômico

O comércio varejista teve um desempenho bastante positivo em janeiro, indicando que a demanda seguiu forte no começo do ano, impulsionada pelo bom momento do mercado de trabalho. O resultado não sugere perda de fôlego do consumo, como apostam vários analistas. As vendas de super e hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo e de móveis e eletrodomésticos foram os principais destaques, garantindo uma alta de 1,2% para o varejo restrito em relação a dezembro de 2010, feito o ajuste sazonal.

O comércio varejista ampliado (que inclui o setor automotivo e de material de construção) teve uma pequena queda, de 0,2%, devido ao recuo de 7,1% das vendas de veículos, motos e autopeças, um recuo que se deu após o forte aumento de dezembro, de 5%. Os números fazem parte da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo IBGE. Para fevereiro, é possível que haja uma recuperação do varejo ampliado. O índice de atividade do comércio da Serasa Experian, que leva em conta uma amostra de 6 mil estabelecimentos, subiu 0,6% no mês sobre janeiro.

A economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thaís Marzola Zara, diz que os números de janeiro indicam que a demanda ainda não havia se desacelerado. Para o economista-chefe da corretora Convenção, Fernando Montero, o quadro do comércio em janeiro "mostra a sustentação do emprego e da renda, a despeito da inflação mais alta". Montero acredita que pode estar em curso uma migração das compras de veículos, que tiveram uma desaceleração expressiva em janeiro, para a compra de outros bens vendidos no crediário por prazos mais curtos e de menor valor. Um dos principais destaques dos últimos meses tem sido o setor de móveis e eletrodomésticos. Em janeiro, as vendas desses produtos subiram 2,7% em relação a dezembro.

As vendas de hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo também foram bem em janeiro. Elas aumentaram 1,2% sobre dezembro, quando houve uma queda de 0,4%, na série com ajuste sazonal. O setor, que representa algo como 50% das vendas no varejo restrito, não tinha um aumento nas vendas na comparação com o mês anterior desde agosto de 2010, como nota o economista Douglas Uemura, da LCA Consultores.