16/09/09 10h06

Vendas no varejo crescem pelo 3º mês consecutivo

O Estado de S. Paulo

Um ano depois do agravamento da crise financeira internacional, o comércio varejista exibe um nível de vendas recorde no País, com tendência de crescimento, segundo divulgou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As vendas do setor aumentaram 0,5% em julho ante junho e tiveram alta de 5,9% ante igual mês de 2008. "Estamos num momento bom, recuperamos os níveis pré-crise e, com a perspectiva de crescimento da economia, a tendência do varejo é melhorar, crescer", avalia o técnico da coordenação de comércio e serviços do instituto, Reinaldo Pereira. No ano, o varejo já acumula aumento nas vendas de 4,7% e, em 12 meses, de 5,8%. "No último trimestre do ano passado, o comércio varejista se ressentiu um pouco com a crise, com redução do nível de vendas", observa Pereira. "Depois, com as medidas do governo e o desempenho do mercado interno, hoje estamos até acima do patamar de vendas do início da crise", disse.

Para o analista da Tendências Consultoria Alexandre Andrade, "as vendas no varejo mostraram desempenho favorável, em linha com a melhora observada no cenário de atividade econômica doméstica". Também para o sócio sênior da consultoria Gouvêa de Souza, Luiz Góes, os resultados mostram um bom desempenho do comércio. "O setor vem crescendo por conta do aumento da massa salarial da população, a desaceleração da inflação dos alimentos e o crescimento da confiança dos consumidores", afirma.

Os especialistas avaliam que as perspectivas para o varejo são mais positivas. Para Pereira, do IBGE, o setor resistiu bem à crise e, com a recuperação econômica já sinalizada pelos dados do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, a tendência é de crescimento nos próximos meses. Luiz Goés avalia que o segmento de hiper e supermercados, com forte peso na pesquisa, deverá continuar puxando as vendas do setor. Andrade, da Tendências, destaca que, adicionalmente ao bom desempenho dos bens de consumo não duráveis (alimentos), houve reação também dos eletrodomésticos no mês de julho, com expansão de 1,9% ante junho, o terceiro aumento consecutivo para essa atividade.