03/03/11 10h46

Vendas em alta levam Guerra a projetar uma nova fábrica

Valor Econômico

Depois de chegar ao fim do ano passado com receita e resultado acima do patamar pré-crise mundial de 2008, a Guerra, fabricante de reboques e semirreboques rodoviários, admite implantar nova fábrica no país ou recorrer a aquisições a partir de 2012. Até lá a empresa calcula que esgotará a capacidade instalada de mil unidades por mês nas cinco fábricas distribuídas entre Caxias do Sul e Farroupilha, no Rio Grande do Sul, e Guarulhos, em São Paulo, e precisará encontrar alternativas para crescer.

"Essas são possibilidades colocadas, mas ainda não há nada definido", disse Alex Sandi, diretor de administração e finanças da empresa controlada desde 2008 pela gestora de fundos de "private equity" Axxon Group. Segundo ele, em 2010 a Guerra produziu 9,4 mil unidades, ante 6,6 mil em 2009, e a previsão é chegar a 10 mil neste ano e a 10,7 mil em 2012. A carteira de pedidos já alcança três meses de produção, um mês a mais do que no início de março de 2010. A Guerra vai investir R$ 74 milhões (US$ 43,5 milhões) no período 2010-2012, sendo R$ 42 milhões (US$ 24,7 milhões) em inovação e melhoria de processos e outros R$ 32 milhões (US$ 18,8 milhões) na aquisição de máquinas e equipamentos.

No ano passado a Guerra apurou receita líquida consolidada de R$ 467,8 milhões (US$ 265,8 milhões) - ante R$ 299,5 milhões (US$ 152,0 milhões) em 2009 - e lucro líquido de R$ 17,5 milhões (US$ 9,9 milhões), revertendo o prejuízo de R$ 19,8 milhões (US$ 10 milhões) do exercício anterior. Em 2008 a receita havia sido de R$ 410,7 milhões (US$ 224,4 milhões) e o lucro, de R$ 11,6 milhões (US$ 6,3 milhões). Na controladora, a margem bruta de 2010 ficou inferior à de 2008 (18,8% ante 19,5%) porque não foi possível recompor integralmente os níveis anteriores de preços. O Ebitda somou R$ 44 milhões (US$ 25 milhões) em 2010, ante R$ 4 milhões negativos (US$ 2,0 milhões negativos) em 2009 e R$ 33,5 milhões positivos (US$ 18,3 milhões positivos) em 2008.

O maior risco deste ano, conforme o executivo, é o tempo que o governo levará para reativar o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A linha de crédito para compra de máquinas e equipamentos tinha taxa de 5,5% ao ano e era válida até o fim deste mês, mas o governo federal decidiu prorrogá-la até dezembro, depois de suspender novas contratações em fevereiro por conta do estouro da dotação. O problema é que falta definir a nova taxa de juros e o novo orçamento.