12/05/10 11h14

Vendas do varejo em SP crescem 11% no 1º tri

Valor Econômico

Pela primeira vez em uma década, o faturamento das três principais atividades do varejo da região metropolitana de São Paulo cresceu junto em um único trimestre. As vendas em supermercados, concessionárias de veículos e lojas de eletroeletrônicos, que respondem por mais de 60% do setor varejista na região mais rica do país, ajudaram o comércio local a crescer, em termos reais, 11% de janeiro a março deste ano, em relação ao mesmo período de 2009.

A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), cedida com exclusividade ao Valor pela Fecomercio, mostra que o tripé crédito maior ao consumidor com taxas mais baixas, crescimento dos índices de emprego e renda e o último período com a alíquota reduzida do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPTU) para veículos, material de construção e linha branca justificou o avanço.

Na opinião de Altamiro Carvalho, economista da Fecomercio, os resultados continuam firmes nos próximos meses. "Olhando os indicadores de endividamento e de intenção de consumo das famílias notamos que o aumento de vendas tende a permanecer vigoroso no primeiro semestre", comenta. Com divulgação prevista para hoje, a PCCV mostra que o comércio automotivo na Grande São Paulo registrou aumento de faturamento de 16,8% no primeiro trimestre de 2010 sobre os três primeiros meses do ano passado, enquanto as vendas de eletroeletrônicos (12%) e dos supermercados (3,4%) também subiram. Com respectivas altas de 14,4% e 13,2%, vestuário e perfumaria contribuíram para o varejo paulista. O destaque negativo ficou com as vendas nas lojas de departamento e de material de construção, com retração de 1,7% e 1,5%, respectivamente.

Para Alexandre Andrade, economista da Tendências Consultoria, o início do processo de alta dos juros pelo Banco Central (BC), combinado com o fim do IPI reduzido para alguns setores, vai minimizar os resultados do varejo no segundo semestre. "Algumas condições de financiamento vão piorar, já prevemos interrupção nos alongamentos dos prazos e as taxas finais para pessoa física devem subir afetando comercialização de bens que dependem de crédito."

A Fecomercio argumenta que a alta de juros é precipitada. "Estamos diante de pressões inflacionárias pontuais", critica Carvalho. Thaís Zara, economista-chefe da Rosenberg, discorda: "Aos poucos, os custos elevados no atacado e nos alimentos, devido ao clima, podem chegar no comércio."