02/12/08 10h53

Vendas de veículos novos recuam 25% em novembro

Folha de S.Paulo - 02/12/2008

Apesar dos R$ 8 bilhões (US$ 3,6 bilhões) disponibilizados por Banco do Brasil e Nossa Caixa para as financeiras das montadoras no mês passado, as vendas de veículos apresentaram redução de 24,95% em novembro em relação ao mesmo mês de 2007. Em outubro, primeiro mês no ano com retração nesse comparativo, a queda havia sido de 2,1%. Segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), 177.906 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus foram licenciados em novembro, 25,66% a menos do que em outubro, mais um indicador do freio brusco na indústria automobilística com a escassez de crédito devido à crise global. Apesar da redução na ponta, no acumulado do ano as vendas de 2,63 milhões são recorde histórico e um avanço de 18,27% sobre as vendas de janeiro a novembro de 2007. Considerando apenas o emplacamento de automóveis e comerciais leves em novembro, as reduções com relação ao mesmo mês de 2007 e a outubro deste ano ficaram em torno de 26%. Sérgio Reze, presidente da Fenabrave, ressalta a melhoria na média diária de vendas da terceira semana de novembro (7.051 unidades) para a quarta (9.392). "A tendência de queda foi amenizada", pondera. Para Luiz Carlos Mello, diretor do CEA (Centro de Estudos Automotivos) e ex-presidente da Ford no país, como não houve mudança na taxa de desemprego, segundo os últimos dados do IBGE, o brasileiro pode ter sido impactado pelas notícias sobre a crise, mas não o suficiente para desistir da compra. "O consumidor está mais consciente", comenta, lembrando que há cautela neste momento pela possibilidade de conseguir melhores condições de financiamento em breve. "O aspecto psicológico não pode ser descartado, mas temos muito campo para expandir", acrescenta Andre Beer, ex-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e consultor especializado no setor, citando a relação habitante por veículo, superior a sete no Brasil, e em torno de cinco em países como México e Argentina. De acordo com os dados da entidade, a Volkswagen liderou os emplacamentos de automóveis para pessoas físicas entre janeiro e novembro, com 24,9% do mercado, seguida por Fiat (20,2%) e GM (20,0%).