11/04/11 11h40

Vendas de sistemas de gestão integrada de dados avançam

Valor Econômico

No mercado de tecnologia da informação (TI) é frequente a adoção de siglas para designar conceitos de produtos e serviços. Algumas delas fazem muito sucesso, como o www (world wide web) ou VoIP (serviço de voz por IP), outras demoram a deslanchar ou desaparecer. Apontado há anos como próxima onda do setor de TI, o segmento de "Business Intelligence" - BI, sigla em inglês para sistemas integrados de inteligência - só agora começa a avançar no país. Os sistemas de BI basicamente integram diferentes bancos de dados e classificam as informações para distinguir onde há problemas.

A Sabesp, por exemplo, implantou sistemas de BI para controle da distribuição de água em 4,5 milhões de registros na região metropolitana de São Paulo. O sistema aponta em relatórios periódicos os endereços que apresentam um consumo fora do normal. "A partir daí, equipes fazem a verificação no local, para saber se é um problema do endereço ou se há vazamento de uma adutora", diz Claudia Sangiuliano, gerente da área de BI da Sabesp. Em cinco anos, a companhia reduziu as perdas de água de 30% para 27% e planeja baixar esse índice para 13% até 2019. Esse mercado cresceu no ano passado 18% em receita, para US$ 296 milhões, conforme estudo da consultoria IDC Brasil. Para o período de 2011 a 2015, a consultoria prevê uma expansão média próxima a 18% ao ano.

As principais fornecedoras desses sistemas no Brasil apontaram crescimento acima da média calculada pela IDC. A SAP Brasil registrou aumento de 40% na divisão de "business intelligence" em 2010. "A projeção é triplicar a receita da unidade até 2014", afirma o vice-presidente comercial da SAP Brasil, André Petroucic. Ele acrescenta que a oferta de sistemas de BI em dispositivos móveis é uma das apostas para alcançar esse objetivo. A Microstrategy também cresceu na esteira das vendas de sistemas de BI adaptados para dispositivos móveis, afirma Flávio Bolieiro, vice-presidente da companhia para a América Latina. A empresa registrou receita global de US$ 454 milhões no ano passado, com vendas de novas licenças 59% acima do verificado em 2009. No Brasil, que representa 3% do faturamento da companhia, a expansão foi de 20%. Para 2011, Bolieiro prevê incremento de 10%.

A demanda aquecida também tornou a operação brasileira mais interessante para a SAS. No ano passado, as vendas de licenças cresceram 53% e o país passou de 9ª para 7ª maior operação da SAS no mundo. A companhia não divulga dados financeiros por país. Globalmente, a SAS registrou receita de US$ 2,43 bilhões. Outra companhia que reforçou as apostas em BI é a IBM, que criou em janeiro uma diretoria específica para esses sistemas de gestão integrada de informações. O valor investido é mantido em sigilo. A expectativa da IBM é atingir uma receita de US$ 16 bilhões com a área até 2015.

O principal executivo da Teradata no Brasil, Sérgio Farina, estima para seus negócios globais expansão de 12% a 14% neste ano. Em 2010, a receita da companhia aumentou 13% no mundo, para US$ 1,94 bilhão. De acordo com estimativas da consultoria Gartner, o setor mundial de BI deve evoluir 9,9% em 2011, para US$ 11,5 bilhões.