22/03/10 10h32

Vendas de pacotes turísticos devem crescer 20%

O Estado de S. Paulo

A temporada de 2010 promete ser bem mais animadora para a atividade turística, especialmente para os destinos internacionais. No ano passado, muitos brasileiros deixaram de ir ao exterior por causa da epidemia de gripe do vírus H1N1 e das incertezas com o dólar, resultado dos problemas na economia global. A consequência esperada é o aumento acentuado dos gastos de brasileiros em outros países. Segunda maior operadora do País, a TAM Viagens apresenta um movimento acima da média a três meses da alta temporada, segundo Paulo Castelo Branco, vice-presidente Comercial e de Planejamento da TAM. "Alguns fatores trouxeram preocupação no ano passado, mas neste ano teremos recuperação. O dólar está favorável ao turismo internacional", afirma. Ele prevê um crescimento de 25% nas vendas de pacotes para o exterior entre junho e julho. O mercado, segundo ele, deve crescer 20%. O destino preferido, segundo o executivo, ainda é Orlando. E, para aproveitar essa preferência, a TAM vai colocar, além de um voo diário, como no ano passado, mais 39 voos extras nos dois meses de férias.

Maria da Graça Lima Ferreira, dona de casa de 60 anos, planeja, há três anos, com o filho Gustavo Lima, jornalista, uma viagem à Europa. Mãe e filho devem gastar em torno de R$ 15 mil (US$ 8,3 mil) entre passagens, hotéis e dinheiro para despesas, como alimentação. Graça faz parte das estimativas de operadoras de turismo como a Nascimento. Cleiton Feijó, diretor comercial, prevê um crescimento de 35% nas vendas de pacotes internacionais neste ano - boa parte graças às viagens de julho, período de férias escolares e época escolhida por muitos brasileiros para tirar férias. "Os principais destinos continuam sendo Caribe, Estados Unidos e Europa. Temos 3 mil bloqueios, incluindo passagem e hotel, feitos para a Europa nesta temporada. É 25% maior do que no ano passado", diz Feijó.

O portal de turismo Decolar é outro que aproveita a boa fase da economia e o entusiasmo dos brasileiros por visitar outros países. Segundo Alípio Camanzano, diretor-geral para a operação brasileira, não foi só o turismo da classe C - que veio da classe D com a melhora do poder aquisitivo - que cresceu. Mas também o da nova classe B, que veio da C. "Se ele gastava entre US$ 350 e US$ 400 de tíquete médio com três noites de hotel três-estrelas, agora ele está gastando de US$ 500 a US$ 600 para se hospedar em um hotel superior e por mais dias", explica o executivo da Decolar. A CVC, líder do setor, reforçou a estrutura para dar conta da demanda. Valter Patriani trabalha com uma previsão de crescimento de 20% nas vendas de pacotes internacionais neste ano.