Vendas de máquinas iniciam 2008 em alta

Gazeta Mercantil - 05/03/2008

Mesmo com o real valorizado, incidência de impostos na produção e concorrência direta com a China, a indústria brasileira de bens de capital aumentou em 38,8% seu faturamento no mês de janeiro deste ano, se comparado ao mesmo período de 2007, atingindo R$ 5,16 bilhões (US$ 2,93 bilhões). O consumo aparente, que desconta as vendas para o exterior e inclui as importações, avançou ainda mais, 46% sobre janeiro do ano passado, o que significa um volume de R$ 6,72 bilhões (US$ 3,82 bilhões). Na opinião de Júlio Sérgio Gomes de Almeida, consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) e ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, levando em conta os dados de importação de fevereiro, o consumo aparente deve seguir em alta. No bimestre, o crescimento das importações de bens de capital foi de 57,4%. Em 2007, conforme os dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a participação das máquinas nacionais no consumo interno caiu de 60% para 58%. No total, as importações durante o ano passado foram de US$ 15,4 bilhões, alta de 39,9% sobre 2006. Já as exportações avançaram 21,3%, encerrando o ano em US$ 10,6 bilhões. Os Estados Unidos continuam sendo os maiores compradores das máquinas brasileiras. A Abimaq informa que está concentrando os esforços nas vendas externas para América Latina e China, que importam US$ 20 bilhões e US$ 26 bilhões ao ano, respectivamente. A previsão de crescimento do faturamento para este ano é semelhante ao de 2007, 12,6%. No período, o setor faturou R$ 61,6 bilhões (US$ 35 bilhões).