12/12/08 10h03

Vendas de máquinas devem crescer 65%

Gazeta Mercantil - 12/12/2008

Depois das demissões e da postergação de investimentos entre as construtoras, os reflexos da crise já podem ser sentidos na base produtiva - as encomendas de máquinas para construção foram as que mais caíram em novembro, entre seis áreas consultadas pelas Associação Brasileira da Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). A redução nos pedidos do setor foi de 47%, enquanto a média geral foi de 32%. Na avaliação das empresas, a redução na carteira de pedidos deve chegar à receita logo nos primeiros meses de 2009, mas a partir do segundo semestre as vendas voltam a se recuperar e o ano pode fechar estável. É o que prevê a Case, empresa do Grupo Fiat. Na análise da companhia, o mercado pode cair até 15% no início do ano, mas logo começará a ser retomado e em 2010 pode ultrapassar o patamar atual. Em 2008 será comercializado um total de 40 mil unidades na América Latina. A previsão é que em 2010 se chegue a 44 mil, sendo quase a metade disso no Brasil. "O que está acontecendo é esse receio das empresas em comprar, mesmo que tenham dinheiro, para aguardar uma definição no cenário", disse o gerente de marketing da Case na América Latina, Edmar de Paula. A perspectiva de queda não inibe os projetos de expansão da Case, que investirá US$ 1 milhão para reequipar e reativar sua quarta fábrica no País, localizada em Sorocaba (SP), até 2010. Isso irá dobrar a capacidade de produção, das atuais 7 mil unidades para 15 mil. "O mercado interno cresceu muito nos últimos anos, estamos trabalhando no nosso limite", disse o gerente. A produção das fábricas - que além dos equipamentos para construção, fazem máquinas agrícolas -, é divida entre a Case e a New Holland, fabricante de máquinas também pertencente ao Grupo Fiat e parceira da Case, embora ambas operem independentemente. Na New Holland, o crescimento até outubro chegou a 64%. "A indústria foi pega desprevenida no ano passado, tinha pouca máquina para atender a demanda que surgiu", disse o diretor comercial da New Holland, Gino Cucchiari. "O setor antes era muito limitado. A média do mercado nos últimos 15 anos ficava entre 7 mil e 8 mil máquinas ao ano. Em 2007 saltou para 11,5 mil e fechará 2008 com quase 19 mil." A alta é de 65,2%.