04/12/08 10h39

Vendas de máquinas crescem 29% até outubro

Gazeta Mercantil - 04/12/2008

As vendas de bens de capital devem encerrar 2008 com um crescimento de aproximadamente 20%, segundo previsão da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). É o maior crescimento desde 2004 e está garantido por uma carteira de pedidos cheia, acumulada nos últimos dois anos. Os números não refletem ainda a crise financeira que se intensificou em setembro. O setor, no entanto, já começa a sentir a queda nos novos pedidos, o que deve refletir no faturamento a partir do primeiro trimestre de 2009. Uma consulta feita pela Abimaq entre os dias 26 e 29 de novembro indicou que 69% dos entrevistados registraram queda de encomendas, em média de 32,3%. Uma semana antes 64% das empresas informavam queda e a média era de 24,7%.Dos seis segmentos consultados, o mais afetado foi o de construção civil, que informou uma queda de 47% nas encomendas. É seguido pelas indústrias de consumo e agricultura, com queda de 38% cada, e de transformação, com 29%. A carteira de pedidos na indústria em energia caiu 23%, e na indústria de base, 13%. Na estimativa do vice-presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza, o que há atualmente em carteira garante a venda apenas por mais dois meses, e a partir do primeiro trimestre o setor de bens de capitais deve sofrer com o encolhimento econômico. Pastoriza não arrisca uma previsão para 2009, devido à maré de incertezas neste fim de ano, mas acredita que o setor possa ficar estável em relação a 2008. Entre os setores em que a freada foi mais brusca, Pastoriza cita a indústria sucroalcoleira, automobilística e de papel e celulose. A Abimaq divulgou ontem os resultados do setor referentes a outubro. O faturamento no acumulado dos dez meses foi de R$ 65,4 bilhões, alta de 29,7% sobre mesmo período do ano passado. O consumo aparente, que considera apenas vendas internas somadas a importações, chegou a R$ 79,4 bilhões (US$34.5 bilhões) , 37,3% maior. As exportações subiram 16,6% até outubro, para US$ 10,3 bilhões, e as importações foram 47% maiores, a US$ 18,4%, o que levou a um aumento de 120% no déficit comercial no período de janeiro a outubro, para US$ 8,1 bilhões.