08/10/09 15h13

Vendas de energéticos crescem mais de 48% e novos produtos aparecem

Valor Econômico

A propaganda começa com um apresentador de telejornal, gritando: "Bomba! Peão fica 11 horas em cima de touro voador". A cena muda para a repórter, perguntando ao boiadeiro: "Como é que você conseguiu isso?" E o peão, segurando uma lata de energético, responde: "Foi fácil, o voador é que 'pregou' (dormiu) rapidinho". A provocação dirigida à Red Bull (touro vermelho), líder de mercado com 53,6% das vendas em volume, faz parte da campanha de lançamento do TNT, o energético que a Cervejaria Petrópolis está lançando. "Esperamos ter de 15% a 20% desse mercado até o final de 2011", diz Douglas Costa, gerente de marketing da companhia.

Assim como a cervejaria, a Coca-Cola Brasil, que já tem no mercado o Burn, lançando uma linha de energéticos, já vendida no México. "O Gladiator inaugura, no Brasil, o segmento de bebida energética diurna", afirma John Pinto, diretor de marketing de novas bebidas da Coca-Cola.

Não é por acaso que esse mercado está ficando mais competitivo. As vendas de energéticos até julho deste ano, segundo a Nielsen, quase ultrapassam o total registrado nos 12 meses de 2008. Pela primeira vez em 10 anos - desde que o primeiro energético foi lançado - o faturamento do setor deve ultrapassar em 2009 a barreira do meio bilhão de reais.

O consumidor desse tipo de bebida - geralmente homem, jovem e frequentador de casas noturnas (daí o tom debochado da propaganda citada acima) - sempre se deu em sua maior parte nos chamados "pontos de dose", ou seja, em danceterias, bares e clubes noturnos. Mas, repetindo o que ocorre com as cervejas, as vendas de energéticos também vêm crescendo nos supermercados. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as vendas de bebidas energéticas subiram 71% de janeiro a agosto deste ano em relação ao mesmo período de 2008. De acordo com a Nielsen, a representatividade dos pontos de dose no faturamento do setor, que no ano passado e em 2007 era de 58%, caiu para 56% no ano passado e continua seguindo essa tendência.