Vendas de chocolates e bacalhau surpreendem

Valor Econômico

A Páscoa tardia deste ano - longe do calor do verão e do pagamento de impostos de janeiro, fevereiro e março - surpreendeu tanto a indústria quanto o varejo. Ovos de chocolates e bacalhau bateram recordes de vendas. "Estávamos muito otimistas, mas os resultados superaram nossas expectativas", disse José Rafael Vasquez, vice presidente comercial do Walmart, com cerca de 450 lojas em todo país. A rede, segundo ele, vendeu 20% mais ovos de Páscoa em volume que no ano passado, quando a alta já havia sido de 10% sobre 2009. No grupo Pão de Açúcar, as vendas de ovos cresceram 15%. O aumento para colombas pascais foi de 10%.

Uma das maiores fabricantes de ovos do país, a Nestlé, não divulgou números, mas disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que essa foi a melhor Páscoa da história da companhia no país. O volume de chocolate vendido ficou "bem acima" da meta da empresa - de 5% de aumento sobre 2010. O mesmo aconteceu com os ovos artesanais da rede de confeitarias Ofner. A empresa vendeu 10 toneladas a mais que no ano passado e chegou a um total de 70 toneladas de produtos vendidos.

A rede Cacau Show ainda não terminou seu balanço. Mas números preliminares divulgados pela empresa indicam que duas mil toneladas de ovos e produtos de chocolates sazonais foram vendidas - 40% acima da Páscoa de 2010. Em alguns pontos de venda chegou a faltar ovo na semana passada. "Algumas marcas mais procuradas faltaram como o Diamante Negro, da Kraft, e o Alpino, da Nestlé", disse Vasquez. Na Ofner, o ovo Gianduia acabou antes do feriado.

Tão procurado quanto os ovos de chocolates, o bacalhau também fez a alegria dos supermercados na Semana Santa. "Em 19 anos que trabalho com bacalhau, nunca vi um volume tão grande ser vendido como nessa Páscoa", afirmou o executivo do Walmart. A rede, segundo ele, vendeu 35% mais bacalhau este ano que em relação à Páscoa de 2010 - mesmo percentual informado pelo concorrente Pão de Açúcar. "Vendemos bem todos os tipos, tanto os mais baratos, que custam menos de R$ 20 (US$ 12,50) o quilo, como o Zarbo ou o Saithe, quanto os mais nobres, como o Porto e o Ling, que têm preços em torno de R$ 40 (US$ 25)", disse ele. Em relação a 2010, o preço médio do bacalhau caiu cerca de 10%. O dólar mais barato ajudou.

Outro item que surpreendeu foi o azeite. No Walmart, as vendas cresceram 20% em volume. "Antes, os consumidores compravam o bacalhau e um azeite composto, mais em conta. Agora eles migraram para o azeite de qualidade." Segundo a Serasa Experian, as vendas do comércio na semana da Páscoa cresceram 9,1%. O indicador considera as consultas no banco de dados da empresa entre 18 e 24 de abril deste ano e compara com o período de 29 de março a 4 de abril de 2010.