07/12/07 15h35

Vendas crescem, e Copebrás retoma planos de expansão

Valor Econômico - 07/12/2007

Nada como um ano após o outro. Depois das adversidades enfrentadas no mercado de fertilizantes em 2005 e boa parte de 2006, quando amargou queda no faturamento e engavetou projetos de expansão, a Copebrás aproveitou bem o reaquecimento da demanda brasileira pelo insumo e voltou a crescer em 2007. Braço do grupo sul-africano Anglo American, a Copebrás é a segunda maior fabricante de matérias-primas para adubos do país, atrás da Fosfertil. A empresa atua apenas no Brasil, onde mantém dois complexos industriais - localizados em Catalão (GO) e Cubatão (SP) - e conta com cerca de 1,4 mil funcionários diretos. Conforme Cristiano Melcher, diretor responsável pela unidade de negócios de fosfato e nióbio do Anglo American no Brasil, que engloba a Copebrás, a forte retomada das vendas elevará o faturamento da companhia a US$ 420 milhões este ano, quase 50% a mais que em 2006. Esta queda refletiu uma crise de liquidez e renda dos produtores de grãos, sobretudo de soja no Mato Grosso. A crise, determinada por preços internacionais em baixa e pelo início do derretimento do dólar, afetou diretamente a demanda brasileira por fertilizantes. Segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), o consumo no país, que atingiu 22,8 milhões de toneladas de produtos ao consumidor final em 2004, caiu para 20,2 milhões no ano seguinte e ficou em 21 milhões em 2006. Puxado pela disparada das cotações de milho e soja no exterior e pela expansão dos canaviais - resposta à febre do etanol -, o reaquecimento começou no último trimestre do ano passado e se consolidou ao longo deste ano. Tanto que a Anda estima que o recorde de 2004 será batido e que a demanda doméstica total pelo insumo ficará entre 24,5 milhões e 25 milhões de toneladas em 2007. Animada pelo cenário positivo, a Copebrás promete tirar da gaveta, em 2008, o projeto de ampliação do complexo de Catalão. Quando deixou o projeto de expansão no estaleiro, em 2005, a Copebrás tinha a expectativa de investir cerca de US$ 180 milhões. Agora, afirma o executivo, os planos são mais ambiciosos e alguns custos subiram, como o aço, por exemplo. Com isso, acredita, o aporte necessário será superior ao inicialmente previsto.