12/03/10 10h57

Venda sobe 19% e ABPO eleva projeção no ano

Valor Econômico

Diante do desempenho acima do previsto nas vendas de papelão ondulado no primeiro bimestre, com direito a recorde para o mês em fevereiro, a indústria revisou para cima a projeção de crescimento em 2010, de 6% anteriormente para até 8%, o que deve garantir o maior volume anual já comercializado pelo setor. Apesar do ritmo surpreendente neste início de ano, as fabricantes de papelão têm enfrentado forte pressão de custos, em razão dos sucessivos reajustes da celulose, a principal matéria-prima do setor, e por essa razão iniciaram movimento de correção nos preços do produto.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO), Ricardo Lacombe Trombini, as vendas do setor em 2010 devem acompanhar o ritmo de expansão da indústria de transformação, de forma a superar o crescimento projetado para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional. "Antes trabalhávamos com expectativa de crescimento em linha com o PIB. Agora, vemos que a expansão deve ficar mais próxima à da indústria de transformação, notadamente a de alimentos e a de higiene e limpeza", afirma. Caso se confirme a previsão de alta de até 8%, as vendas ficarão acima das 2.273.948 toneladas de 2008, até agora o recorde do setor.

Segundo dados preliminares da ABPO, em fevereiro, foram vendidas 189,3 mil toneladas de papelão ondulado, aumento de 20% ante o verificado no mesmo período de 2009, e o maior volume já comercializado para o mês. No acumulado do bimestre, a expansão chega a 19,1%, com 379,9 mil toneladas. "O ritmo nos surpreendeu", conta Trombini. Segundo ele, a trajetória de alta mensal da celulose levou a indústria a reajustar em cerca de 10% os preços do papelão a partir deste mês. "Se não tomarmos esse tipo de medida, a rentabilidade será muito afetada", diz.