Venda de motocicleta encosta e vai ultrapassar a de carro

Gazeta Mercantil - 17/04/2007

Em pouco mais de uma década, a indústria de duas rodas vive um fenômeno de vendas. Saltou de 127 mil unidades anuais, em 1994, para atingir no ano passado 1,350 milhão. Há 13 anos, a proporção de vendas era de uma motocicleta para cada 8 carros. Atualmente, é de 9 para 10. A realidade dos preços também mudou. Enquanto a moto mais barata custava o equivalente a 50% do valor de um carro popular de menor preço, atualmente equivale a 22%. As vendas não param de surpreender. No primeiro trimestre deste ano, cresceram no varejo 22% em relação ao mesmo período do ano passado No atacado - da indústria para a rede de concessionárias -, o resultado foi melhor ainda. Cresceram 30% - de 304 mil unidades, no primeiro trimestre do ano passado, passaram para 396 mil nos primeiros três meses deste ano. As previsões da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) para este ano podem ser consideradas modestas, se baseadas nos resultados do primeiro semestre. De acordo com o diretor-executivo da Abraciclo,  o mercado interno deve crescer 14%, atingindo 1,450 milhão de motos -as exportações devem atingir 150 mil unidades. "O poder de compra - após o Plano Real, estabilidade financeira, planos de financiamento e o custo/benefício levaram o brasileiro a ver na motocicleta um veículo eficiente", afirmou o executivo. Para ele, o mercado tem potencial para continuar crescendo na casa de dois dígitos nos próximos três anos, quando deverá ultrapassar o número de venda dos automóveis. Mercado em expansão desperta apetite. Os chineses estarão no páreo. Traxx, Fyn e Dafra já preparam investimentos e fábricas no Brasil. Líder de mercado, com 82% das vendas, a Honda lançou a Pop 100 para enfrnetar os chineses. Suas vendas cresceram 33% no primeiro trimestre.