Venda de máquinas avançou em março

Após um início de ano ruim, as vendas de máquinas agrícolas apresentaram recuperação em março. Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), foram vendidos no mês passado no país 3,5 mil tratores, colheitadeiras de grãos, colhedoras de cana e retroescavadeiras (máquinas rodoviárias). O volume foi 46,8% superior ao de fevereiro, mas 1,2% inferior ao de março de 2017.

De acordo com o vice-presidente da Anfavea, Alfredo Miguel Neto, o movimento de recuperação das vendas pode ganhar força com guerra comercial entre Estados Unidos e China - que se acirrou nesta semana com a decisão de Pequim de taxar em 25% a soja americana. "Essa guerra entre EUA e China traz uma oportunidade muito grande para o Brasil, somada à seca na Argentina", afirmou ontem a jornalistas.

Ele acrescentou que esse cenário global eleva a rentabilidade no setor agrícola, o que deve se traduzir em maior investimento em bens de capital. Mesmo com a alta nas vendas em março na comparação mensal, no trimestre elas ficaram 19,1% abaixo do volume de um ano antes. No primeiro bimestre, a queda foi de 30,2% ante o mesmo período de 2017.

"Ainda tivemos queda acumulada, mas as vendas estão se recuperando mês a mês de maneira substancial", disse o dirigente. Otimista com o aumento das vendas, a Anfavea deve revisar para cima a projeção para 2018, que está em 46 mil unidades. "Essa foi uma projeção muito conservadora", afirmou Antonio Megale, presidente da associação.

Miguel Neto afirmou que setor deve demandar "pouco mais" que os R$ 10 bilhões já garantido pelo governo para o Moderfrota (linha de crédito voltada à aquisição de máquinas) no próximo Plano Safra 2018/19. "Você coloca na conta a inflação [de 2,95% segundo o IPCA em 2017] e soma a expectativa de aumento de vendas. Queremos um aumento um pouco maior de recursos", disse. No ciclo 2017/18 foram direcionados R$ 9,2 bilhões à linha.