15/05/08 11h14

Venda de automóveis já supera 1 milhão

Folha de S. Paulo - 15/05/2008

As vendas de automóveis continuam em ritmo acelerado neste ano. A indústria automobilística superou ontem a marca de 1 milhão de veículos emplacados no país, pouco mais de um mês antes do ano passado. Em 2007, o resultado foi atingido no dia 20 de junho. Diante desses números, o setor deve romper a casa dos 3 milhões de veículos vendidos neste ano, acima, portanto, do recorde de 2,9 milhões registrado no ano passado. Nos primeiros quatro meses, as vendas cresceram 35% em relação ao mesmo período de 2007. A indústria está rodando neste ano a um ritmo de produção de 300 mil veículos por mês, o que irá fazer com que a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) promova nos próximos dias uma nova revisão das suas previsões para este ano tanto de venda quanto de produção. A estimativa era uma produção de 3,2 milhões de veículos. O presidente da Anfavea, Jackson Schneider, diz que, apesar do ritmo acelerado das vendas, a indústria terá condições de atender ao mercado. Só neste ano as montadoras estão investindo US$ 5 bilhões para aumentar a produção, e até 2010 serão mais US$ 20 bilhões em novas linhas. Schneider afirma, no entanto, que, nas próximas semanas, as montadoras instaladas no país deverão anunciar novos investimentos. A previsão é a de que, a partir do início de 2009, a indústria já esteja capacitada para produzir 4 milhões de veículos por ano. As metas traçadas pelo programa de política industrial do governo são que o setor produza 4,3 milhões de veículos em 2010 e 5 milhões em 2013. Schneider não acredita que a alta dos juros reduza o ritmo de crescimento das vendas para este ano. Ele lembra que, em 2004, quando o Banco Central também elevou os juros, o mercado automotivo não deixou de crescer. Ele espera que isso se repita agora. Se todas as previsões se confirmarem, o Brasil salta, neste ano, de 7º para 6º maior mercado automotivo e de 6º para 5º maior fabricante de automóveis do mundo. Tudo depende, no entanto, de os países que estão logo à frente do Brasil não crescerem muito.