01/02/08 12h08

Valec será transformada em concessionária de ferrovias

Valor Econômico - 01/02/2008

A Valec, estatal criada para a construção da ferrovia Norte-Sul, vai se tornar uma poderosa concessionária, responsável pela elaboração e execução dos futuros projetos ferroviários do país, inclusive o do trem-bala entre Rio de Janeiro e São Paulo. "Estamos criando uma rede integrada de ferrovias em bitola larga no país, e quem cuidará da integração será a Valec", informou ao Valor o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que prevê para fevereiro a edição de uma medida provisória para interligar os trechos de ferrovias hoje existentes e ampliar a área de ação da Valec. "A Valec é a empresa que vai cuidar do sistema ferroviário do país; vai contratar as ligações das ferrovias, definir editais, promover os leilões, fazer a avaliação de quanto valerá determinada concessão para 25 anos", resume o ministro, ao detalhar os planos do governo para criar uma rede nacional integrada de ferrovias e aumentar a competição entre as atuais operadoras. A Valec terá as concessões das futuras ferrovias, mas deve fazer "sub-concessões" ao setor privado, como fez, em 2007, no trecho da ferrovia Norte-Sul de Açailândia a Palmas, concedido, por pouco menos de R$ 1,5 bilhão (US$ 852,3 milhões), à Vale. "Nesse primeiro momento, aproveitamos o que existe de trilhos de bitola larga, para integrar toda a rede no Sudeste, Nordeste, Norte e Centro-Oeste", relata o ministro. "No Sul do país, que se integra com o resto, faremos ligações das linhas com bitola métrica, que existe por lá". Com a realização dos planos de integração ferroviária, segundo acredita ele, os produtores no Centro-Oeste poderão, por exemplo, escolher entre os portos do Ceará, Pernambuco, Bahia (Ilhéus), Rio de Janeiro ou São Paulo (Santos) para a saída de suas mercadorias. Ele prevê que o custo de transporte se reduzirá, "com certeza" vai baixar com a abertura de caminhos alternativos. A malha prevista pelo governo terá construídos 4,1 mil quilômetros em bitola larga e 1,3 mil em bitola métrica (um metro de distância entre os trilhos), de transporte mais lento e de menor capacidade. O único projeto acalentado pelo governo para transporte ferroviário de passageiros é o do trem de alta velocidade entre São Paulo e Rio de Janeiro, que deve ter, como base de estudo, um projeto já elaborado pela empresa italiana Italplan, com previsão de US$ 9 bilhões de gastos e 402 quilômetros de trilhos.