21/01/19 15h16

Vale vai ser sede da joint venture de US$ 5,26 bilhões do acordo Embraer-Boeing

Próxima de ser finalizada, negociação deve fazer com que unidade em São José, focada em aviação comercial, seja a sede da nova companhia criada; norte-americanos pagarão cerca de US$ 4,2 bi por 80% da joint venture

O Vale

Fruto do acordo em andamento entre Embraer e Boeing, a JV Aviação Comercial deverá ter sua sede na cidade de São José dos Campos.

O VALE apurou que a nova empresa deve empregar cerca de 9.000 funcionários em todo o Brasil e que a assinatura do contrato entre as duas companhias deverá acontecer nos próximos dias.

Em uma apresentação feita na quarta-feira em Nova Iorque (EUA), a Embraer divulgou detalhes da negociação e mostrou como ficará a divisão de suas unidades após a conclusão da parceria, prevista para o fim deste ano.

A planta de São José, ao lado do aeroporto, será a unidade principal da JV, uma vez que ela já é focada em aviação comercial, área que ficará a cargo da joint venture.

A Eleb (Embraer Liebherr Equipamentos do Brasil), também sediada em São José e responsável por peças para aviões de médio e grande porte, também será incorporada pela nova empresa.

Enquanto isso, a unidade do distrito de Eugênio de Melo vai continuar fazendo parte da Embraer, exclusivamente, assim como as plantas de Gavião Peixoto e Botucatu.

A tendência é que a Boeing crie seu centro de excelência em São José, por meio da parceria. A nova empresa vai ter foco em aviação comercial, enquanto a Embraer ficará concentrada nas áreas de Defesa, Executiva e Novos Negócios.

A gigante norte-americana vai desembolsar US$ 4,2 bilhões para a Embraer pelo controle de 80% da joint venture, e a empresa joseense poderá vender seus 20%.

O negócio bilionário dependia do aval do governo brasileiro, o que já aconteceu duas semanas atrás, por meio do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Após aval de Bolsonaro, negócio vai passar pelos acionistas

 

Com o aval do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o próximo passo é a formalização do acordo, o que deve ocorrer em breve. Depois disso, o negócio passa para aprovação dos acionistas, e a Embraer espera pagar US$ 1,6 bilhão a eles em dividendos.

Nesta quarta, a empresa joseense afirmou que estima que sua receita líquida este ano fique entre US$ 5,3 bilhões e US$ 5,7 bilhões e, no ano que vem, provável primeiro período após o acordo, fique entre US$ 2,5 bilhões e US$ 2,8 bilhões sem contar os 20% da nova empresa firmada com a Boeing.