Vale quer se transformar em polo de carros elétricos
Para fundador da Embraer, veículos podem se tornar principal produto de exportação após aviões
O ValeDepois dos aviões, os carros elétricos podem se tornar o principal produto de exportação de São José dos Campos nos próximos anos.
Pelos menos se depender da vontade de um visionário, o engenheiro Ozires Silva, 85 anos, que há anos vem defendendo essa tese. Fundador da Embraer, ele diz que tem convicção de que, se a cidade investir na tecnologia, irá galgar importantes postos no mercado internacional.
“Estamos desejando fazer carros elétricos inovadores e revolucionários aqui em São José e ficar na arquibancada torcendo para que eles sejam fabricados, vendidos e gerem empregos”, disse Ozires. Ele acredita que a região possa abrigar uma montadora nacional desse tipo de veículo, e ainda defende que o etanol seja usado como combustível para alimentar os veículos.
Para ele, o veículo nacional poderia usar o próprio etanol como fonte de energia, seguindo o princípio dos elétricos à célula de hidrogênio, que não precisam ser recarregados na tomada. “O etanol líquido, por ter moléculas de hidrogênio em sua composição, poderia ser uma boa alternativa. Até porque já existe uma rede de distribuição desse combustível por todo o país”, disse.
- Quem está de olho na mesma ideia são os chineses. O país assinou acordo com São José, em 2015, para viabilizar a produção de veículos elétricos na cidade.
E a Volkswagen também avalia a criação de uma joint venture com a montadora chinesa JAC Motors para o desenvolvimento de carros híbridos e elétricos.
Projetos. Já existem projetos de carros elétricos em desenvolvimento na RMVale, mas ainda em baixa escala. Instalada dentro do Parque Tecnológico de São José, a Eletric Dreams desenvolve o primeiro carro esportivo premium elétrico do país.
Trata-se de um veículo que será capaz de alcançar 300 quilômetros por hora e disputar mercados com carros que custam até R$ 4 milhões. “Teremos a tecnologia mais inovadora em todo o mundo, de uma empresa totalmente nacional e capaz de competir com qualquer outra no mundo, não em escala, mas em tecnologia”, disse o engenheiro aeronáutico Fábio Guillaumon, diretor executivo da empresa e um dos 12 especialistas envolvidos na criação do carro.