12/06/20 11h15

Vacina produzida em SP deve ser concluída até o primeiro semestre de 2021, diz Doria

Processo de produção deve contar com testes clínicos com nove mil voluntários no país, a partir do próximo mês

O Vale

O governador João Doria (PSDB) anunciou na tarde desta quinta-feira (11) que a vacina contra o coronavírus em produção pelo Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac Biotech deve ser concluída até o primeiro semestre de 2021. O anúncio foi feito em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo (SP).

Segundo Doria, o laboratório concluiu as duas primeiras etapas do processo de produção na China e a terceira fase, última para o fim dos procedimentos, deve contar com com testes clínicos com nove mil voluntários no mês de julho, no Brasil.

Para a terceira etapa, o governo estadual deve investir cerca de R$ 85 milhões. Caso seja atestada a eficácia da vacina, o Instituto Butantan deve ter domínio para produção em larga escala para o território nacional.

"O acordo de transferência de tecnologia permite que São Paulo participe de um dos principais avanços do mundo na luta contra o coronavírus", disse o governador. "Como governador de São Paulo estou confiante que ao final desses trabalhos teremos as certificações de eficácia e segurança da vacina contra o coronavírus", continuou.

Presidente do Instituto Butantan, o presidente Dimas Covas explicou que o processo de produção passará ainda pelos ensaios clínicos, pela farmacovigilância -- que deve compreender a segurança da vacina, além da transferência de tecnologia e registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), seguido do fornecimento da vacina.

Covas também afirmou que a produção funciona com a introdução do coronavírus em uma célula 'vero', que será cultivada em laboratório, e, depois, se multiplicará. Ao final, o vírus será então inativado para ser incorporado à vacina. As doses não terão o vírus vivo.

Segundo ele, o tipo de tecnologia utilizada na vacina facilita a produção em território nacional, por já ser conhecida pelo Instituto. No caso de outras produções, como o projeto da Universidade de Oxford, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, não seria utilizada da mesma tecnologia, o que ampliariam as dificuldades para a produção no Butantan.

Atualmente, são 136 testes de vacina contra o vírus em desenvolvimento em todo o mundo. Do total, são 10 na fase de testes -- o que inclui a produção da parceria em questão.