Uva niagara conquista produtores
O Estado de S. Paulo - 01/11/2006
A rústica e saborosa uva niagara está ganhando espaço em regiões como Jales e São Miguel Arcanjo (SP), tradicionais pelo plantio das finas itália, rubi, benitaka, red globe e beni seedless (sem sementes). Entretanto, de dez anos para cá os produtores estão optando pela niagara na época de reforma dos parreirais. A principal vantagem é a resistência da variedade ao clima e às doenças. Em Jales a mudança de perfil da viticultura é mais recente. Em 2005, segundo o Instituto de Economia Agrícola, foram instalados 10 mil novos pés de uva comum para mesa (leia-se niagara, no caso do município), somando 70 mil pés e produção de 210 mil caixas (de 6 quilos). Em 2001, eram 38 mil pés e produção de 114 mil caixas. Após algumas safras de prejuízo, os viticultores começaram a procurar alternativas. Uma delas foi a introdução da niagara. A variedade - mais tradicional em outras regiões, como Jundiaí - adaptou-se bem e a produção deve equiparar-se à das uvas finas. Os principais empecilhos para a produção da niagara em Jales eram a baixa fertilidade do solo e a condução do plantio usado, tipo espaldeira. Conforme pesquisa da Embrapa, o sistema de latada é o recomendado para a niagara na região. Com algumas adaptações, a produtividade melhorou. O custo de produção da uva itália em Jales é de US$ 7,9 mil a US$ 9,3 mil/hectare, e o da niagara não chega a US$ 4,6 mil. Outra vantagem da niagara é a boa aceitação. Os viticultores de Jales também têm a seu favor a safra diferenciada de outras regiões. A colheita começa em julho e termina este mês. Já em Jundiaí e São Miguel, a colheita começa apenas em janeiro.