USP volta a liderar ranking de melhores universidades da América Latina
No ano passado, primeiro lugar havia ficado com PUC do Chile; outras 24 instituições brasileiras estão no top 100
O Estado de S. PauloA Universidade de São Paulo (USP) voltou ao topo do ranking de melhores instituições de ensino superior da América Latina da Quacquarelli Symonds (QS), uma das principais referências internacionais em avaliação educacional. Em 2014, a USP havia perdido a liderança para a Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Chile, que agora aparece em terceiro.
Os resultados foram divulgados nesta terça-feira, 9. O ranking tem 300 instituições, avaliadas por sete critérios, como reputação acadêmica e de mercado, citações científicas e quantidade de professores com doutorado. Foram ouvidos cerca de 48 mil acadêmicos e 13 mil empregadores, da América Latina e de outras partes do mundo.
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) surge na 2.ª colocação, depois do 3.º lugar em 2014. As outras brasileiras com melhor desempenho foram a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 5.º; a Universidade Estadual Paulista (Unesp), em 8.º; e a Universidade de Brasília (UnB), em 10.º.
Mais 20 brasileiras estão entre as 100 melhores, na maioria instituições federais. Nesta lista, o segundo país com mais representantes é a Argentina, com 15, seguido de México e Chile, com 14. Dezesseis nações integram o top 100.
Na categoria produção científica, segundo os organizadores do ranking, nove das dez melhores instituições são brasileiras. Eles destacaram, porém, o fraco desempenho no impacto da pesquisa. A melhor colocada, a USP, ficou apenas no 15.º lugar.
Desafios. Ben Sowter, diretor do departamento de pesquisa da QS, aponta que México, Argentina e Colômbia tiveram excelência em áreas específicas, mas não têm a “mesma consistência” que as melhores universidades brasileiras e chilenas.
“O alto número de estudantes por faculdade é um problema em grande parte das principais instituições de pesquisa da região”, acrescentou. A maioria das universidades que lideram os rankings internacionais, como as americanas Harvard e Stanford, tem menos de 25 mil alunos. A USP, que tem mais de 90 mil estudantes, foi a melhor da América Latina no último ranking global da QS, em 132.º.
No Brasil, de acordo com especialistas, outra dificuldade para subir mais nas avaliações internacionais é o baixo domínio do inglês entre alunos e também professores. Isso dificulta os intercâmbios acadêmicos e a circulação da produção científica, por exemplo.
Comemoração. Em nota, o reitor da USP, Marco Antonio Zago, celebrou o resultado. “Apesar de oscilações anuais”, segundo ele, há “tendência geral a progresso”. Ele ainda disse que a USP tem “pesquisa altamente competitiva” e forma “recursos humanos de qualidade”.