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Uso da capacidade industrial atinge recorde

Folha de S. Paulo - 29/09/2007

O nível de utilização da capacidade instalada da indústria atingiu em setembro o maior patamar desde janeiro de 1977, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas). Neste mês, o índice ficou em 86,1%, ante 87% em janeiro daquele ano. A capacidade instalada reflete qual quantidade de produtos uma indústria é capaz de fabricar com as máquinas e unidades que tem. Quanto menor o uso, maior a possibilidade de a indústria atender a um crescimento de demanda sem provocar aumento nos preços. Para Aloísio Campelo Júnior, coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), ainda que em patamar elevado, o nível do uso da capacidade não é preocupante, já que vem acompanhado por investimentos e contratações. Para ele, o aumento de emprego também ameniza a preocupação com a forte demanda. Segundo dados da Fundação Seade e do Dieese, a indústria liderou a criação de vagas em agosto em seis regiões metropolitanas, com 97 mil postos. No Relatório de Inflação divulgado nesta semana, o Banco Central manifestou preocupação quanto à capacidade da indústria em acompanhar o ritmo do consumo e eliminar a pressão sobre os preços, o que sinalizou uma possível interrupção do corte dos juros. Para a economista da Tendências Consultoria Cláudia Oshiro, a expectativa é que os investimentos feitos pela indústria consigam aliviar o nível de capacidade instalada a partir do último trimestre. Outro fator que alivia a preocupação é que o resultado de setembro não indica tendência ascendente na comparação com agosto no acumulado de 12 meses. No mês passado, o nível subiu 2,1 pontos percentuais. Na comparação de setembro, a alta foi de 1,5 ponto percentual.