03/04/08 10h53

Usinas elevam em 106% a mecanização no campo

Gazeta Mercantil - 03/04/2008

As vendas de colheitadeiras de cana-de-açúcar bateram recorde no ano passado. Levantamento feito pelo engenheiro agrônomo Ricardo Pinto, diretor do Instituto de Desenvolvimento Agroindustrial (Idea), de Ribeirão Preto, as vendas em 2007 atingiram 645 unidades, um aumento de 106,1% em relação às 313 unidades comercializadas no ano anterior. Segundo Pinto, com as vendas em 2007 a frota de colhedoras de cana no País eleva-se para 2.263 unidades neste ano, sendo que a grande maioria opera no Centro-Sul. Até 2011 - quando se deverá colher perto de 550 milhões de toneladas de cana no País -, a frota deverá crescer, segundo ele, em mais de mil unidades por ano, para 5.613 máquinas. Segundo o estudo feito em parceria com Alexandre Elias, a área de cana mecanizada, de 40% em 2007, saltará para 70% em 2011. Já o índice de mecanização total no País, incluindo áreas não-mecanizáveis, subirá, segundo os estudos, de 34,7% em 2007 para 57,4% em 2011. Em 2015, segundo ele, mais de 70% de toda a área com canaviais no País será colhida mecanicamente. As vendas de colheitadeiras são puxadas pela instalação de novas usinas, que já começam a operar com corte mecanizado, e também pelas exigências ambientais, visando eliminar as queimadas. A questão econômica também pesa já que o custo do corte mecanizado é mais barato. Segundo o estudo do Idea, além das 37 novas usinas que entraram em operação em 2006 e 2007, estão previstas mais 34 para este ano; outras 47 unidades para 2009; 44 para 2010; e 10 unidades para 2011. Se depender dos três principais fabricantes de colhedoras do País - Case IH, John Deere e Santal -- não deverá faltar máquinas no mercado, apesar do excepcional salto na demanda. "Produzimos quatro máquinas por dia, na fábrica de Piracicaba (SP), em apenas um turno de produção", diz Richardson Gouveia, da Case IH. Segundo José Luiz Coelho, diretor da unidade de negócios Cana da John Deere, a fábrica de Catalão (GO) pode aumentar a produção. E a Santal, de Ribeirão Preto, a brasileira que disputa mercado com as multinacionais, já tratou de investir para elevar a produção de duas colhedoras por mês em dezembro de 2007 para 12 unidades mensais até o fim de 2008.