11/08/09 11h13

Usina fixa 65% do açúcar para exportação

Valor Econômico

As usinas sucroalcooleiras do Centro-Sul fixaram até a primeira semana de agosto os preços de cerca de 65% dos volumes de açúcar destinados ao mercado externo. No mesmo período do ano passado, menos de 30% do produto voltado para exportação tinha sido fixado. A recuperação dos preços da commodity no mercado internacional tem estimulado as operações de hedge (proteção), disse Arnaldo Corrêa, presidente da Archer Consulting, empresa especializada em gestão de risco.

Tradicionalmente nesta época do ano, as fixações de preços ficam abaixo de 50% do total negociado no mercado externo. As exportações brasileiras do produto estão estimadas para esta safra 2009/10 em cerca de 24,5 milhões de toneladas, de acordo com a consultoria Datagro.

Ontem, os preços do açúcar voltaram a registrar forte alta no mercado internacional, atingindo o maior patamar dos últimos 28 anos e meio, segundo Rodrigo Costa, da Newedge, corretora com sede em Nova York. A forte escalada dos preços do açúcar tem respaldo na perspectiva de déficit global pelo segundo ano consecutivo. Além da produção menor da Índia por falta de chuvas - o país é o segundo maior produtor global, mas que se tornou importador -, outros produtores, como México, Rússia, Paquistão, China e Austrália, também registram menor oferta e parte deles deve elevar a importação de açúcar, afirmou Plínio Nastari, presidente da Datagro.

Na semana passada, o açúcar no mercado paulista remunerava 73% mais que o álcool hidratado e 60% mais que o anidro, segundo levantamento semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Maior produtor e exportador mundial, o Brasil deverá produzir um volume recorde de açúcar nesta safra.