01/12/07 11h44

US$ 5,62 bi dão nova cara à petroquímica

O Estado de S. Paulo - 01/12/2007

Depois de uma maratona de negociações, a Petrobrás anunciou ontem o fechamento simultâneo de três negócios que, em movimentação financeira e troca de ativos, somam mais de R$ 10 bilhões (US$ 5,62 bilhões). Os acordos envolveram Braskem, Suzano Petroquímica e Unipar e redefinem o setor petroquímico brasileiro. Antes disperso em várias empresas, o setor agora será comandado por dois grandes grupos: Braskem e Unipar. O peso dos dois, porém, é bastante distinto. O grupo controlado pela Unipar nasce com receita de R$ 6,1 bilhões (US$ 3,43 bilhões), enquanto o da Braskem é mais que o triplo, R$ 16,2 bilhões (US$ 9,1 bilhões). A Petrobrás participa como minoritária no capital dos dois concorrentes. Tem 25% do Braskem e 40% do Unipar. Os negócios serão ainda avaliados pelo Cade, mas o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, afirma que não vê conflito de interesse nas participações. A estatal optou pela divulgação conjunta da conclusão dos três acordos para reforçar a tese de que o governo não pretende reestatizar a petroquímica, da qual começou a sair nos anos 90. O negócio tinha de ser assinado simultaneamente para que a Petrobrás cedesse a posição de controladora para a Unipar e não tivesse problemas com o Cade. E assim foi: os três foram subscritos ontem, entre 9 e 11 horas, apenas meia hora antes da primeira coletiva para a divulgação do negócio. A compra da Suzano, que inicialmente sairia por R$ 2,7 bilhões (US$ 1,52 bilhão), foi fechada por R$ 2,6 bilhões (US$ 1,46 bilhão). Unipar entrou com a contrapartida de R$ 380 milhões (US$ 213,5 milhões) para se manter majoritária no Sudeste e Braskem aceitou a troca de ativos proposta.