Universidade do Ar será criada no Brasil para atender futura demanda no setor aéreo
Agência Gestão CT&IO potencial do Brasil cresce cada vez mais no setor aeronáutico. Até o final da década, o País deve se consolidar como a terceira maior malha aérea do mundo, com um mercado de transporte de passageiros que ficará atrás apenas dos Estados Unidos e da China. A projeção é que até 2020 haverá uma demanda de pelo menos 200 milhões de viajantes no Brasil, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), precisando de uma oferta de 660 mil novos trabalhadores para atender esse mercado.
Com o objetivo de capacitar essa futura mão de obra, aplicando novos conceitos de forma a atualizar o currículo do setor aéreo do Brasil, será criada no País a Universidade do Ar. À frente desse projeto estão a empresa brasileira de consultoria aérea, C-FLY Aviation, e a universidade norte-americana de aviação, Embry-Riddle Aeronautical University (ERAU) - considerada um dos principais centros de formação aeroespacial do mundo, com 26 mil alunos em 150 campus em todo o planeta.
Segundo o presidente da C-FLY Aviation, Francisco Lira, em 2020 o número de trabalhadores do setor precisa chegar a aproximadamente 1,9 milhões, para atender a demanda. “Esse será um desafio quantitativo no País, ao mesmo tempo em que esses profissionais precisarão de um currículo atualizado. Na aviação, a tecnologia evolui muito rápido, mas o ensino não acompanhou no mesmo passo, ainda preso nos anos 1960. Então a Universidade do Ar entra como um suporte para isso”, comentou.
A maior vantagem da parceria, na avaliação do representante da Embry-Riddle no Brasil, Fábio Campos, é a possibilidade de o País conseguir agregar conhecimento norte-americano no setor aéreo. Com a ajuda, ele espera um crescimento atemporal da Universidade do Ar no Brasil, que consiga acompanhar a oferta de serviços pelos próximos anos.
"Com mais passageiros, esperamos que o governo crie um plano para construir mais aeroportos no Brasil, o que vai exigir um crescimento tanto em infraestrutura e tecnologia - que podem ser implementadas em meses – como também em educação. Contudo, na educação, é preciso um tempo maior que o levado em outras áreas, porque o profissional precisa ser capacitado. Por isso já estamos pensando com antecedência", explicou Campos.
Anuário
Para implementar a universidade no Brasil é preciso, primeiro, conhecer mais sobre a demanda do País, principalmente em quais áreas específicas o centro educacional precisará investir mais em capacitação. Para isso, Lira e Campos contam com a divulgação do Anuário Brasileiro de Capacitação Aeronáutica, documento previsto para ser divulgado em maio de 2016, em que a universidade norte-americana e a empresa brasileira mostrarão um balanço do setor e pontuarão quais são as principais carências.
"Ele trará um diagnóstico, não só para nós, mas para toda a indústria aeronáutica do País, de quantos funcionários de cada modalidade precisam ser formados, quantos serão necessários em cada competência, enfim, um balanço completo com as deficiências e no que o currículo precisa. Os custos essenciais para a universidade serão determinados a partir desse estudo", informou Francisco Lira.
Até o momento, as cidades de Belo Horizonte (MG), São José dos Campos, São Roque e Sorocaba (SP) já demonstram interesse em receber um campus da Universidade do Ar, contudo, nenhuma ainda foi escolhida. O centro estudantil contará também com um Aeroporto-Escola, que deverá oferecer estágio prático supervisionando aos estudantes dos cursos que serão ofertados.