27/07/09 10h38

Uniduto busca sócio para alcoolduto

Valor Econômico

A Uniduto contratou o banco Itaú BBA para assessorá-la na busca por investidores nacionais e estrangeiros para captar recursos para tocar o projeto de alcoolduto da companhia. Criada em março de 2008, a empresa tem como sócias 88 usinas sucroalcooleiras, responsáveis por um terço da produção de álcool do Brasil. O projeto de alcoolduto das usinas está todo estruturado no Estado de São Paulo, com bases coletoras e armazenadoras de etanol, que serão interligadas até o Guarujá, para o escoamento do produto para o mercado externo. O percurso total será de 560 quilômetros. Os investimentos estão estimados em cerca de US$ 1 bilhão.

Segundo Sergio Van Klaveren, presidente da Uniduto, as usinas acionistas já desembolsaram cerca de US$ 30 milhões para começar o projeto, que iniciará suas operações a partir da safra 2011/12. "Esses recursos estão sendo investidos em aquisições de áreas para a construção das bases de captação e tancagem de álcool, além do porto, totalizando 1 milhão de metros quadrados", afirmou. A capacidade de tancagem das bases será em torno de 800 milhões de litros. A empresa também já tem toda sua equipe montada, com 20 funcionários. A entrada de novos sócios estava prevista desde o início. "Na primeira fase, apenas as empresas do setor tornaram-se acionistas [as principais são Cosan, Copersucar, Allicom e Crystalsev]. Na segunda etapa, que será capitaneada pelo Itaú BBA, teremos outros investidores", disse Klaveren.

Neste momento, a Uniduto concentra esforços na aquisição das áreas onde serão instaladas as bases coletoras, nos centros de distribuição e porto, todas em São Paulo. As bases de coleta de álcool serão em Botucatu, Anhembi e Serrana. A cidade de Santa Bárbara D'Oeste terá uma coletora e armazenadora. Segundo Klaveren, em Paulínia haverá uma base secundária da Uniduto, para abastecer os dutos que levarão o álcool para as distribuidoras de combustíveis. A empresa também terá uma base distribuidora em Cajamar para abastecer a região metropolitana de São Paulo. Por fim, a Uniduto está estruturando em Guarujá um terminal "offshore" (externo), com duas monoboias para recepcionar tanto navios menores como de grande calado.

O projeto da Uniduto prevê que o alcoolduto deverá passar por cerca de 50 municípios paulistas. "Nossos cálculos indicam que vão deixar de circular pelas rodovias cerca de 1.600 carretas duplas por dia por causa do alcoolduto." De acordo com o executivo, o álcool produzido nos Estados de Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, por exemplo, chegarão por rodovias, ferrovias ou pela hidrovia Tietê-Paraná até as bases coletoras da Uniduto no Estado de São Paulo para seguirem por alcoolduto.