Unicamp produz biodiesel de alga

Projeto desenvolvido em parceria com a Petrobras será mantido em sigilo e demorou cerca de cinco anos para ser finalizado

A equipe o Laboratório de Engenharia Bioquímica, Biorrefino e Produtos de Origem Renovável da Unicamp desenvolveu, pela primeira vez no Brasil, um biodiesel produzido de microalga, que são algas unicelulares que crescem em água doce ou salgada.

O projeto durou cinco anos e tem parceria com a Petrobras, que a partir de ontem pediu sigilo sobre o desenvolvimento da pesquisa. O microrganismo que deu a origem ao combustível cresce em resíduos ricos em açúcares. "Um dos estudos analisou o uso de vários resíduos, como o melaço para a alimentação da microalga", exemplificou a coordenadora do projeto, Telma Teixeira Franco.

Depois do cultivo, os pesquisadores extraíram o óleo da microalga, que foi transformado em biodiesel. O produto extraído pode ser utilizado de outras formas. "As microalgas podem fornecer compostos para desenvolver produto como etanol e pigmentos (corates)", afirmou Telma.

Segundo a pesquisa, os custos para colheita e transporte são mais baixo e tem menor gasto de água se comparado ao cultivo de plantas, que normalmente são utilizadas no biodiesel comum.

O combustível atende às principais especificações da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), e tem características similares às do biodiesel comercial. Um teste em uma van movida comum foi realizado acrescentado 7% do biodiesel de alga por litro de diesel comum e o veículo circulou normalmente. "Temos que migrar da escala laboratorial para a industrial, superando os desafios naturais", afirmou Telma.