Unicamp apresenta novo complexo de pesquisa em bioenergia e biomateriais
Uma área de seis mil metros quadrados abrigará laboratórios multiusuários, salas de aula, sala de professores e auditório e estará integrado a uma planta de pé direito alto adequada para experimentos em escala piloto
UnicampO Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (Nipe) apresentou, nesta quinta-feira (18), o novo complexo de pesquisa da Unicamp voltado à inovação em bioenergia e biomateriais, com desenvolvimento de tecnologias que atendam aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil.
Chamado de Laboratório de Pesquisa em Bioenergia (Labioen), o complexo será instalado numa área de seis mil metros quadrados no antigo prédio do Centro de Tecnologia, que foi reformado e adequado para as novas funções. O Labioen recebeu recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e das universidades públicas paulistas — Unicamp, Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista (Unesp).
De acordo com a coordenadora do Nipe, Bruna Moraes, o Labioen contará com laboratórios multiusuários, salas de aula, sala de professores e auditório e estará integrado à Planta Piloto em Bioenergia (PPBIOEN) — uma planta de pé direito alto, adequada para experimentos em escala piloto visando a transferência de tecnologia.
“Pensamos neste formato de projeto justamente para atrair empresas; porque, aqui no Brasil, a distância entre a pesquisa científica e a aplicada — entre universidades e empresas —, infelizmente, ainda é muito grande”, diz ela. “Com essa configuração, nossa ideia é que o Labioen se torne atrativo para empresas que nos procurarem para resolver os problemas aplicados — aqueles que elas identificaram no trabalho de campo —, para que consigamos encontrar soluções com base em ciência de ponta”, afirma a coordenadora. “A ideia é que esse novo equipamento seja um hub de pesquisa científica e aplicada”, resume.
Bruna Moraes diz que o Labioen já conta com a infraestrutura montada e a previsão é que, até o final do ano, o equipamento esteja pronto para uso. A coordenadora revelou que o Labioen já recebeu propostas — uma delas seria a implementação, por meio de um Centro de Ciência para o Desenvolvimento financiado pela Fapesp, do que poderá ser o Centro Paulista de Estudos em Biogás e Bioprodutos.
“Para a submissão desse projeto, já conseguimos parcerias com empresas que irão entrar com financiamento. A Fapesp, por sua vez, deverá entrar com financiamento correspondente ao que a empresa investir”, conta ela.
De acordo com a coordenadora, a Fapesp tem limite de até R$ 10 milhões para financiamento, e as contrapartidas das empresas já contabilizam R$ 10 milhões. A resposta, segundo ela, deve sair nos próximos meses. “Algumas empresas até já nos disseram que, independentemente do financiamento da Fapesp, estão interessadas em fazer um projeto em conjunto. Portanto, esse pode ser o primeiro dos projetos no Labioen. Estamos bastante confiantes”, afirmou ela.