26/06/07 12h00

Unica vai internacionalizar atuação

Valor Econômico - 26/06/2007

A Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) vai montar escritórios em Washington (EUA), Bruxelas (Bélgica) e na Ásia para trabalhar a abertura de mercados para o açúcar e álcool nos países mais protecionistas, como os Estados Unidos e a União Européia (UE). Marcos Jank, que toma posse oficialmente hoje como novo presidente da Unica, tem uma razão especial para colocar em prática esses projetos. Especialista em relações internacionais, o ex-presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone) trabalhou em vários casos de abertura comercial agrícola, junto com o governo brasileiro e a iniciativa privada. A expectativa é de que esses escritórios sejam abertos nos próximos meses. Jank está à procura de profissionais para atuarem nessas regiões. Jank ainda não definiu qual o local do escritório na Ásia, mas estuda o Japão (por conta do mercado de álcool que pode se abrir naquele país), na China (com nível de poluição alta e necessidade de utilizar energia renovável) e na Índia (por ser o segundo maior produtor de açúcar do mundo, mas não produzir álcool combustível). A Unica também vai trabalhar para ter maior adesão das usinas na entidade. Hoje, são 99 associadas, que representam 86% da cana de São Paulo. Segundo o executivo, a intenção da Unica é quebrar alguns mitos criados em torno da produção sucroalcooleira no país. Entre elas, a de que a expansão da cana poderá provocar monocultura em algumas regiões e de que a cana avançará sobre a região amazônica A entidade também se voltará para as questões socioambientais. Jank lembrou que no Estado de São Paulo já houve a antecipação do prazo de redução da queima da cana. O "Protocolo Verde" assinado pelo governo do Estado prevê adesão voluntária aos prazos de fim da queima de 2021 para 2014 em áreas mecanizáveis e de 2031 para 2017 o fim da queima para áreas não-mecanizáveis.