19/09/11 15h57

União retoma plano do Trem-Bala

O Vale

O governo federal retoma em outubro o projeto do Trem-Bala, entre Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas, com a realização de audiências públicas para apresentar a nova modelagem da primeira ferrovia de alta velocidade do país.

A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), responsável pela condução do processo de concessão do TAV (Trem de Alta Velocidade), programou sete audiências públicas na primeira quinzena de outubro.

Duas serão na região, em Aparecida, que terá uma parada obrigatória, e em São José dos Campos, potencial candidata a receber outra parada do Trem-Bala.

A agência reguladora ainda não definiu as datas, mas a previsão é que as audiências em Aparecida e em São José ocorram na primeira semana de outubro.

Segundo a ANTT, o modelo do novo edital de concessão deve ficar pronto em dez dias e será divulgado nas audiências para debate e aperfeiçoamento.

Mudanças. Após o fracasso do primeiro leilão de concessão da ferrovia, em julho deste ano, o governo federal decidiu partilhar o projeto para atrair interessados.

Nenhum grupo interessado se apresentou para disputar a concessão. Entre os consórcios que haviam demonstrado interesse estão franceses, coreanos, espanhóis, alemães e canadenses.

Para tornar o processo mais atrativo, o governo vai fatiar a licitação do projeto em etapas.

A primeira vai definir a tecnologia e o operador do Trem-Bala. A segunda escolherá a empresa responsável pela execução da obra.

Nesta semana, o diretor-geral da ANTT, Bernardo Figueiredo, disse que até novembro será lançado o edital da primeira fase, mas o governo já não trabalha mais com a possibilidade de a ferrovia ficar pronta até as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.
Segundo ele, a expectativa agora é que o Trem-Bala somente será concluído em 2019.

Análise. Para empresários e especialistas, a partilha do projeto seria o melhor caminho para viabilizar o TAV.

“A modelagem anterior não se mostrou atrativa para os potenciais empreendedores. A nova proposta parece ser mais viável”, afirmou o presidente da Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária), Vicente Abate.

Segundo ele, pela nova modelagem, o valor da tarifa não será o indicador que definirá o vencedor do certame.

“Primeiro será determinada a tecnologia e o operador do sistema. Quem tiver a maior oferta ganha. Depois, o governo define o consórcio que irá construir a ferrovia”, disse o presidente da Abifer.

Para Gerson Toller Gomes, vice-presidente da AD-Trem, entidade criada para estimular a implantação de trens rápidos regionais, o mercado está mais otimista. “A nova modelagem é mais realista”, afirmou.