União Européia espera que Mercosul abra setor de serviços postais
Valor Econômico - 01/11/2006
A União Européia (UE) quer a liberalização dos serviços postais no Mercosul na negociação para um acordo de livre comércio entre os dois blocos. Ela espera um compromisso pleno de abertura para empresas européias prestarem serviços de entrega rápida e de pacotes no Brasil, Argentina, Paraguai, Venezuela e Uruguai, de acordo com fontes de Bruxelas. O embaixador Regis Arslanian, principal negociador do Brasil na discussões UE-Mercosul, diz que o governo brasileiro já ofereceu acesso para os europeus a qualquer tipo de encomenda, com exceção de cartas, cartões postais, venda de selos etc., que são monopólio dos Correios. No entendimento brasileiro, a oferta constitui compromisso para todo o setor postal. Só que existe um subsetor, o de serviços rápidos - explorado por empresas como Fedex, UPS etc. -, no qual o Brasil não faz nenhum compromisso nas negociações, porque considerar que já está coberto pelo anterior. Os europeus querem compromisso explícito nesse subsetor também, sobretudo em igualdade de tratamento, ainda mais que todas as grandes já estão instaladas no Brasil. Com o compromisso, Bruxelas buscaria combater o que vê como concorrência desleal dos Correios com o Sedex, que se beneficia, segundo eles, da estrutura postal em todo o território nacional. Ou seja, o lucro da entrega de cartas poderia subsidiar o serviço expresso dos Correios. No entanto, o projeto de liberalização na UE provoca forte oposição de outros países-membros. França, Itália, Espanha e Polônia questionam o momento e as modalidades de uma liberalização completa em 2009. Os empregados do correio francês ameaçam com greve.