18/01/08 10h57

Um ano de recordes. Até de latinhas

O Estado de S. Paulo - 18/01/2008

Há menos de quatro anos, a Coca-Cola dispunha de apenas três tipos de embalagens no Brasil. Hoje tem 28. Essa fartura de possibilidades para o consumo de um mesmo produto, cuja coqueluche foi o lançamento da pequena lata com 235 ml, decorre da soma de duas variáveis que animam a indústria de bens de consumo: o crescimento da economia e a inclusão da baixa renda na compra de marcas de primeira linha. A produção de latas de alumínio, por exemplo, dá sinais dessa expansão e já encosta no teto de sua capacidade instalada no País, que é de 14 bilhões de unidades por ano, pelas projeções da Abralatas. Deve fechar 2007 com 12,5 bilhões, o que representa aumento de mais de 12% ante 2006, um recorde. A Coca-Cola, assim como outras companhias donas de grifes no mercado - quase sempre construídas com pesados investimentos em marketing -, quer ver suas marcas também entre consumidores de menor poder aquisitivo. Nesse estrato social, as marcas talibãs sempre fizeram a festa. Para circular nele, muitas passaram a apostar em embalagens menores, mais baratas, o que lhes dá condição de habitar lugares nunca antes freqüentados. Empresas fornecedoras do setor, como a Rexam, dona de 65% de participação no mercado de latas de alumínio, não conseguem atender à forte demanda. O resultado é medido na fábrica de Jacareí (SP), reaberta em 2007. As novidades - latas pequenas de 235 ml e 250 ml, e grandes, de 473 ml - mais que dobraram a produção.