19/06/08 15h46

Ultraportáteis provocam corrida no país

Valor Econômico - 19/06/2008

Netbooks, ultraportáteis, sub-notebooks, pocket PCs, minilaptops e por aí vai. Nomes não faltam para tentar definir a nova onda dos minúsculos computadores portáteis que começam a invadir o mercado. O que falta é consenso entre os fabricantes, ainda divididos entre os que acreditam estar à beira de uma nova categoria de produtos e os que não enxergam mais que uma variação dos notebooks tradicionais. Tendência ou modismo, a realidade é que o surgimento desses aparelhos - caracterizados pelo tamanho inferior a 10 polegadas, configuração simples e preço razoavelmente baixo, entre R$ 700 (US$ 425) e R$ 1 mil (US$ 614) - vem mexendo radicalmente com o mercado mundial de PCs. No Brasil, a expectativa é de que uma verdadeira guerra está para começar. A Positivo Informática começou a vender seu ultraportátil, o Mobo, há pouco mais de três semanas. Primeira fabricante brasileira a colocar um ultraportátil no varejo, a Positivo vai enfrentar uma lista de rivais prontas para entrar no jogo. A fabricante nacional Syntax, que acaba de conseguir seu Processo Produtivo Básico (PPB) para montar laptops em Ilhéus (BA), vai apresentar seu ultraportátil na próxima semana. Para não ficar para trás, a AsusTek inaugura nesta semana seu primeiro escritório no país. Até o fim do ano, a AsusTek pretende vender 60 mil EeePCs no país. A maior novidade é que, até janeiro do ano que vem, a companhia planeja iniciar a produção de equipamentos no Brasil, por meio de um fabricante terceirizado. A disputa promete. Ainda nesta semana, a Hewlett-Packard (HP) apresenta seu ultraportátil. O produto, que chega ao Brasil pouco mais de dois meses após seu lançamento nos EUA, terá uma configuração mais sofisticada que a média dos modelos disponíveis. A HP vai importar os primeiros aparelhos, mas a intenção é trazer o processo de montagem dos equipamentos ao país. A coreana LG e a taiwanesa HTC também estudam ações na área. Sergio Buch, supervisor de notebooks da LG, diz que a companhia finaliza um estudo para medir o potencial do segmento no Brasil. O levantamento, a cargo da empresa de pesquisa Synovate, vai detalhar o perfil dos usuários. A HTC, voltada a aparelhos sofisticados, quer trazer seu minilaptop ao país no terceiro trimestre, diz Allan Macintyre, gerente de marketing da empresa no Brasil. O equipamento, que conta com recursos como tela sensível ao toque, terá custo entre R$ 1,9 mil (US$ 1,17 mil) e R$ 2,3 mil (US$ 1,14 mil). Hoje, a HTC importa parte dos seus produtos, mas alguns modelos de celulares já são montados no Brasil, em parceria com a canadense Celestica, especializada em produção sob encomenda. A ala mais moderada é puxada pela Dell, Sony e Lenovo. A julgar pelos planos dos fabricantes, vai haver máquinas para todo gosto.