22/05/07 15h45

UE quer elevar status do Brasil na AL

Gazeta Mercantil - 22/05/2007

A União Européia (UE) e o Brasil devem assinar no dia 4 de julho um memorando de entendimento com as linhas gerais de um acordo que elevará o Brasil ao patamar de "parceiro estratégico" do bloco europeu. Com tal status, só concedido até agora pelos europeus aos Estados Unidos, Canadá, Rússia, China, Japão e Índia, o Brasil obterá um canal de diálogo privilegiado com os países do Velho Mundo. E será considerado o principal interlocutor na América Latina. O texto do memorando já está nas mãos da Comissão Européia - o Executivo da UE - e é aguardado pelo governo brasileiro. A iniciativa é de Portugal, que exercerá a presidência temporária da UE entre julho e dezembro. O governo brasileiro e o empresariado consideram a parceria estratégica bem-vinda. Conselheiro do Fórum Empresarial Mercosul-União Européia, Ingo Plöger disse que, na prática, europeus e o governo brasileiro podem começar a adotar uma série de políticas que beneficiem a atividade do empresariado. Cita como exemplos uma eventual retomada das negociações comerciais entre Mercosul e UE e a adoção do etanol pelos europeus. Segundo o embaixador de Portugal no Brasil, Francisco Seixas da Costa, o acordo representará o retorno da América Latina ao primeiro plano da agenda internacional da UE. Com a parceria estratégica, complementou Seixas da Costa, evita-se que o relacionamento entre a América Latina e a UE fique refém da política agrícola européia e das delicadas questões internas do bloco sul-americano. De acordo com o embaixador português, as áreas a serem exploradas com maior profundidade serão biocombustíveis, aquecimento global, tecnologia da informação e comunicação, transporte aéreo e marítimo e a participação do Brasil no Galileo, programa europeu de localização via satélite concorrente do norte-americano GPS. Além disso, complementou Seixas da Costa, a parceria incentivará o intercâmbio entre universidades e empresários. Estabelecerá também uma agenda mais intensa de reuniões entre técnicos e o presidente brasileiro e o presidente ou o primeiro-ministro do país que estiver presidindo a UE.