07/10/09 10h15

Turismo on-line atrai investimentos ao país

Valor Econômico

Está ficando cada vez mais fácil planejar a viagem dos sonhos. Os candidatos a turista ainda precisam correr atrás de pacotes promocionais e outros detalhes de acomodação, mas esta busca pode ficar menos cansativa e mais barata com os serviços on-line de reserva de passagens e hotéis. A oferta desse tipo de serviço pela internet não chega a ser uma novidade, mas está ganhando força no Brasil com os investimentos que vários grupos têm anunciado no país recentemente.

É o caso do grupo americano Expedia, um dos maiores do setor em todo o mundo. Dono do site Hotels.com, o grupo anunciou a abertura de um escritório no país na semana passada. O site já mantinha uma versão em português há cinco anos, mas até agora seu conteúdo era basicamente uma tradução da página dos Estados Unidos. Com a operação local, o objetivo do Hotels.com é fechar 2009 com um faturamento de R$ 20 milhões (US$ 11 milhões) e uma equipe de 30 profissionais próprios, além de 100 funcionários terceirizados para atendimento telefônico. Hoje, metade das vendas no Brasil é realizada pelo telefone, o dobro da média mundial.

No fim de julho, o grupo Decolar.com, com sede na Argentina, também reforçou seus negócios no Brasil. Com investimento de US$ 3 milhões, a empresa reformulou a área voltada às reservas on-line no país. O movimento mostra o interesse especial da empresa pelo mercado brasileiro: das 11 operações do site, a do Brasil será a única com uma equipe própria de profissionais.

Até a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih Nacional) planeja lançar um site voltado à atividade. A expectativa é de que o portal entre no ar até o fim do ano. A projeção da entidade é de que entre 30% e 35% de seus 3 mil associados passem a oferecer serviços por meio do site. Para Alexandre Sampaio, diretor da entidade, o movimento tem a ver com três pontos básicos: o amadurecimento do uso da internet no país, a percepção dos hotéis de que o uso da tecnologia ajuda na gestão mais eficiente do negócio e a necessidade de reduzir o papel dos intermediários na cadeia do setor.

Joaquin Tamez, vice-presidente para América Latina do Hotels.com, estima que até 40% das reservas dos usuários brasileiros sejam feitas por meio da internet. O número inclui as reservas de hotéis fora do país. Para efeitos de comparação, ele diz que 70% das passagens de avião são vendidas por este canal, o que mostra o potencial do segmento. Até o fim de 2010, a expectativa é de que o Brasil represente 50% das receitas do Hotels.com na América Latina. Nos cinco anos de atuação completados até agora, Tamez afirma que foram realizadas 120 mil transações por usuários brasileiros. Só neste ano, o número já chega a 30 mil operações