“A estruturação dessas atividades, além de abrir um grande número de oportunidades de geração de trabalho e renda, possibilita a criação de um conjunto de negócios que valorizam a economia local, seja pelo aspecto histórico, cultural ou qualquer outro traço distintivo do território no qual a atividade se desenvolve”, afirmou a economista Eliane Navarro Rosandiski, professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC) Campinas. Um estudo feito por ela para o Observatório PUC-Campinas mostrou que 17 cidades da RMC estão no Mapa do Turismo Brasileiro. 

As opções estão distribuídas entre os segmentos de bem viver (Campinas, Americana, Hortolândia, Santa Bárbara d'Oeste e Sumaré), Circuito das Frutas (Itatiba, Morungaba, Valinhos, Vinhedo e Indaiatuba), águas e flores (Holambra, Jaguariúna e Pedreira) e trilhos e trilhas da Baixa Mogiana (Artur Nogueira, Engenheiro Coelho, Cosmópolis e Paulínia). Os municípios estão a no máximo 80 quilômetros de distância, com a proximidade possibilitando que os turistas façam um roteiro com várias opções. 

Um hotel de Valinhos divulgou ter registrado alta de 27% na receita de hospedagem em junho. O resultado segue a tendência de crescimento de 19,2% registrado no primeiro semestre em comparação a igual período de 2023. A empresa atribuiu o aumento a adoção de estratégias de parcerias, apoio a eventos e novos serviços lançados, entre eles uma rota turística pelos distritos de Joaquim Egídio e Sousas, em Campinas, que estão a 20 minutos do local. O passeio inclui atrações históricas, trilhas ecológicas e vistas a pontos naturais para registros fotográficos. 

“Os números refletem o sucesso de nossas iniciativas e parcerias estratégicas. Nosso foco é proporcionar experiências únicas e acolhedoras aos hóspedes, oferecendo pacotes especiais e agrados exclusivos”, disse o presidente do hotel, Chieko Aoki. Estudos apontam que a movimentação gerada pelo turismo e lazer tem impacto econômico em 40 áreas, incluindo hotéis, restaurantes, músicos, prestadores de serviço e taxistas, beneficiando de grandes empresas a microempreendedores Individuais (MEIs) e famílias. 

Esse último núcleo é onde se enquadra o caso de Mário Scabelo, 83 anos, produtor rural em Valinhos. Além da atividade do sítio, a família mantém uma adega no Circuito das Frutas, onde vende doces, sucos, queijos e outros itens produzidos por ela e por outros produtores locais. 

Os roteiros da região estão entre as 33 experiências apontadas no Estado em um guia turístico lançado há dois meses pela Secretaria Estadual de Turismo e Viagens de São Paulo (Setur-SP). No total, são 10 segmentos contemplados na publicação: aventura, rural, cultura, compras, gastronomia, bem-estar, negócios, eventos, sol e praia e espiritualidade.

A publicação mostra passeio de balão em São Pedro, rafting em Socorro, campo de flores e lavanda em Holambra, lojas de porcelana em Pedreira, a degustação de cerveja artesanais em Campinas, atividades para repor as energias e relaxar nos balneários do Circuito das Águas e outras atrações. “O potencial turístico de uma determinada localidade pode e deve ser explorado como estratégia de desenvolvimento local. Pode-se dizer que, diante dos benefícios locais desse tipo de atividade econômica para a população e para as finanças locais, essa estratégia pode ser fomentada pelo poder público”, analisou a economista Eliane Rosandiski.