17/02/23 10h40

Turismo e comércio apostam suas fichas na folia deste ano

No primeiro Carnaval pós-pandemia, o otimismo toma conta da economia local

Correio Popular

Depois de dois anos sem Carnaval devido à pandemia da covid-19, o turismo e o comércio da Região Metropolitana de Campinas (RMC) estão com altas expectativas com retorno da maior festa popular do país. Apesar de a metrópole não ser um local muito procurado por turistas nesta época do ano, a Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) e a Convention&Vistors Bureau (CRC&VB) estão otimistas em relação ao evento neste ano.

De acordo com a Convention, hotéis voltados a viagens curtas e descanso devem registrar cerca de 40% da ocupação na RMC. Já nos estabelecimentos voltados ao lazer, a previsão de ocupação é de até 90%. O presidente da entidade, Vanderlei Costa, explica que para uma região, como a RMC, que não tem como foco o turismo de Carnaval, as taxas são otimistas. "As expectativas são as melhores. Passamos pelo pior momento do turismo no mundo, mas agora o setor está aliviado, embora um pouco endividado. Todavia, o segmento tem toda a condição de crescer e honrar suas obrigações", ressalta.

Ele aponta que a região tem os seus atrativos. "Temos várias atrações desconhecidas por grande parte dos campineiros, como um resort de luxo, um turismo rural e repleto de atrações - com fazendas centenárias, cachoeiras, boa gastronomia junto à uma natureza exuberante, como a região de Joaquim Egídio, que conta ainda com atividades de lazer e esportivas, por exemplo, cavalgadas e trilhas", diz.

O economista-chefe da Acic, Laerte Martins, ressalta que, apesar de o Carnaval não ser uma atração forte em Campinas, ele causa um impacto na economia. "Algo em torno de 10% a 12% da movimentação no comércio nos dias de folia", explica. Martins acredita que, após dois anos de reclusão, a expectativa é a de que o número de foliões na cidade seja alto e, com isso, possa até superar os valores pré-pandemia. “Clubes que promovem bailes, lojas de fantasia e a rede de hotéis da cidade devem dar uma alavancada na economia”, acredita Martins.

"Pela avaliação que fizemos, estimamos que essa movimentação poderá alcançar um montante em torno de R$ 14 e R$ 15 milhões, superando o registrado antes da pandemia", arrisca o economista.

Comércio aposta na folia

A vendedora Jenifer Laiara relatou que na quinta-feira da semana passada (9) os produtos carnavalescos chegaram na loja e no dia seguinte, as vendas já estavam intensas. Ela comentou que a compra mais inusitada foi a de um homem que adquiriu várias coroas para se vestir, junto com os amigos, de Rainha Elizabeth. "Estou otimista, principalmente em relação aos itens infantis, porque as aulas começaram e, geralmente, folias são organizadas para esse público”, disse a vendedora.

Larissa Alves, que também trabalha em uma loja de adereços carnavalescos, também recebeu suas encomendas na semana passada. "Está bem alta a procura, mesmo com os preços um pouco mais salgados", pontuando que os itens mais procurados são as máscaras e saias de tule.

Paloma Lima estava na loja de Larissa para comprar alguns adereços. "Devido ao preço mais alto das coisas, os adereços saem mais em conta, como um arco de cabelo ou glitter na maquiagem”, opinou. Ela disse que está impressionada com a procura pelos acessórios carnavalescos com tanta antecedência. "Neste ano, acho que o Carnaval vai vir forte, porque vi muita gente se preparando para pular em blocos."

A expectativa também está alta na loja da Jaine Carneiro. "Mesmo no Halloween, a gente vendeu bem. Então, para o Carnaval, também acredito que será assim também."

 

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