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Turbulência tem efeito limitado em commodities agrícolas

Valor Econômico - 03/09/2007

A turbulência internacional, provocada pela crise imobiliária nos Estados Unidos, trouxe reflexos negativos também para as commodities agrícolas, nas bolsas de Nova York e Chicago. Em agosto, algumas commodities sentiram mais o efeito negativo do que outras, sobretudo as negociadas em Nova York, que tinham uma exposição maior de fundos e especuladores. O impacto sobre os grãos, transacionados em Chicago, foi menor, uma vez que estavam mais influenciados pelos fundamentos. "A turbulência atingiu sobretudo as commodities de metais e energia, que estão ligadas ao crescimento econômico e industrial", disse Michael McDougall, diretor da Fimat Futures, corretora de commodities sediada em Nova York. Nesse cenário, produtos como açúcar, cacau e algodão foram os mais atingidos. O açúcar, por estar relacionado à energia, por conta do álcool, e o cacau por ter uma maior exposição dos fundos. Já o algodão recuou pelo temor de que a turbulência afetasse o mercado chinês, desaquecendo a economia global. Os grãos - soja, milho e trigo - foram influenciados mais pelo fator clima e oferta e demanda nos EUA e mercado internacional. "As commodities em geral foram atingidas em um primeiro momento. Passado o período de maior turbulência, os preços foram se acomodando aos fundamentos de cada produto", afirma José Carlos Hausknesht, analista de commodities da divisão de agronegócios da consultoria paulista MB Associados.