Túnel submerso atrai oito interessados em Santos
Valor EconômicoSete grupos e uma empresa, num total de 22 companhias, disputam a construção do túnel submerso entre Santos e Guarujá, obra de R$ 1,98 bilhão que está sendo licitada pela Dersa, estatal paulista.
Apresentaram propostas de pré-qualificação os consórcios Sigma (JMalucelli Construtora, Grandi lavori e Salini Impregilo); ISG Interligação Santos-Guarujá (Andrade Gutierrez, Daewoo e CR Almeida); Construtor Túnel Santos-Guarujá (Camargo Corrêa, Ferrovial Agroman e Carioca Engenharia); Construcap - FCC Túnel Santos-Guarujá (Construcap e FCC Construcción); Nova Travessia (Constran, Ing. E. Mantovani e Piacentini Tecenge); Túnel Santos-Guarujá (Odebrecht, Queiroz Galvão, OAS e Strukton); Novo Acesso (Técnica Construções, Cobrasa Construtora e Nurol Insaat VE Ticaret); e a empresa Acciona Infraestructuras.
Anunciado há décadas, o túnel será a primeira ligação seca entre Santos e Guarujá, que tem um fluxo diário de 40 mil pessoas. A obra cruzará o canal de navegação do porto de Santos. Os recursos virão do Tesouro do Estado e de financiamento do BNDES. Segundo o presidente da Dersa, Lawrence Casagrande, o número de empresas foi "muito bom". "Houve três grupos a mais do que na primeira tentativa de licitação", afirmou.
Em julho a Dersa revogou a concorrência para a implantação do túnel porque o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) não aprovou a cláusula de formação de consórcios, que previa o repasse de tecnologia por meio da exigência de participação de duas empresas brasileiras, com pelo menos 20% do capital cada. O Governo de São Paulo trocou, então, o agente financiador da operação pelo BNDES e lançou nova concorrência em agosto.
Pelo cronograma, as empresas que atenderem aos requisitos técnicos e financeiros deverão ser habilitadas na 1ª quinzena de novembro. A partir daí será publicado o edital comercial. A estimativa é que um mês depois sejam abertas as propostas de preço. Vencerá quem oferecer o menor valor global para a obra.
O empreendimento inteiro custará R$ 2,8 bilhões, aí incluídos, além das obras civis, projetos, desapropriações e compensações ambientais, entre outros. Serão desapropriadas 150 famílias no bairro do Macuco, em Santos, e 1.400 famílias em Vicente de Carvalho, no Guarujá.
O início das obras está previsto para janeiro, com duração de 44 meses. Durante a execução, será lançada a licitação para definir a empresa ou consórcio que irá explorar comercialmente o túnel. "A ideia é inaugurar o túnel com operação privada", disse Lawrence. O traçado será compatível para receber futuramente o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), cuja primeira fase, em construção, interligará Santos e São Vicente. E poderá receber, além de carros, ônibus, motos e caminhões, ciclistas e pedestres.