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Tudo pela corrida do álcool

Valor Econômico - 13/06/2007

O governo formaliza, hoje, a medida que aumenta de 23% para 25% a mistura de etanol ao litro da gasolina. A decisão representa um alívio para os produtores, que, em um ano, passarão a colocar mais 400 milhões de litros de álcool combustível no mercado. A produção brasileira de álcool vem crescendo de forma exponencial. Nos últimos seis anos, expandiu 70%. Na safra 2006/2007, a expansão foi de 13,1% em relação à anterior. Para o próximo período - 2007/2008 -, a estimativa é de um crescimento de 13,5%. Com isso, a produção brasileira deverá chegar a 20,2 bilhões de litros por ano - a meta é dobrá-la até 2017. Apesar das perspectivas de abertura, em algum momento, de mercados no exterior, a grande motivação dos produtores de álcool tem sido o crescimento do mercado interno. Em 2006, o mercado brasileiro consumiu 13,2 bilhões de litros de álcool combustível (anidro e hidratado). Para 2007, segundo o coordenador-geral de açúcar e álcool da Secretaria de Produção e Agroenergia do ministério, Alexandre Strapasson, a expectativa é que o consumo aparente fique entre 14,5 bilhões e 15,5 bilhões de litros, uma alta, portanto, entre 9,8% a 17,4%. Com a safra crescente de álcool, a tendência é que não haja problema de abastecimento e os preços do produto não sofram grandes pressões. O problema são as exportações, que estão praticamente estagnadas. Em 2006, o Brasil exportou o equivalente a 3,4 bilhões de litros de álcool (US$ 1,6 bilhão). Neste ano, a previsão é que as vendas cresçam apenas 1%. Em 2006/2007 foram inauguradas 13 unidades de produção. Em 2007/2008 estão começando a funcionar outras 16 e 47 estão previstas para entrar em operação em 2009/2010. O grande mercado de importação do álcool continuará sendo, na avaliação do governo, o mercado americano, que compra do Brasil entre 2 bilhões e 2,5 bilhões de litros por ano.