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Trem para Cumbica terá edital em agosto

Valor Econômico - 28/07/2008

Começa a se definir um dos primeiros projetos de melhoria da infra-estrutura aeroportuária, o Expresso Aeroporto em São Paulo, que ligará o centro da capital paulista ao aeroporto de Guarulhos. O edital será apresentado no começo de agosto em audiência pública. O governo paulista concluiu que o investimento de R$ 1,7 bilhão (US$ 1,06 bilhão) pode ser amortizado com uma tarifa abaixo de R$ 28 (US$ 17,5), mas investidores apostavam que o Estado teria uma participação no aporte de recursos. Ganhará a licitação quem oferecer a menor tarifa, garantindo, além do investimento de R$ 1,4 bilhão (US$ 875 milhões) para o Expresso Aeroporto, uma outorga de R$ 303 milhões (US$ 189,4 milhões) para a construção do Trem de Guarulhos (Brás-Cecap), linha que compartilhará terreno com o expresso. A arrecadação, porém, virá apenas das tarifas do trem expresso, já que o Trem de Guarulhos será operado pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) com a tarifa do sistema, de R$ 2,40 (US$ 1,5). A concessão, que de início era cogitada em 25 anos, será dada por 35 anos, período em que as tarifas serão reajustadas anualmente pelo IPCA. Com base em pesquisa realizada em 2002 com usuários do aeroporto, o governo apurou que 33% desse público usaria o trem expresso. Considerando uma média conservadora de que há um acompanhante a cada quatro passageiros, a demanda inicial de passageiros foi calculada em 19 mil por dia. Não é um número que feche as contas com os investimentos, mas Renato Viégas, coordenador de Planejamento da Secretaria de Transportes Metropolitanos, explica que a modelagem é feita com base nas mudanças futuras. "Em 2012, esse número deve chegar a 23 mil, crescimento que deve continuar até chegar a umas 42 mil pessoas por dia, considerando a construção do terceiro terminal no aeroporto de Guarulhos", diz ele. Para acomodar esse aumento de passageiros, o intervalo entre os trens deverá diminuir de 15 minutos, no início da operação, para 10 minutos em 2020. O trajeto, de 28,3 quilômetros deve ser percorrido em 20 minutos a partir de uma estação central a ser construída entre as estações Luz e Júlio Prestes, na capital paulista, onde haverá guichês das companhias aéreas para realização de check-in e despacho de bagagem, ao estilo do que há hoje nos aeroportos, com uma área comercial de 6 mil metros quadrados, e estacionamento com pelo menos 450 vagas. O trem também será bem diferente do que há hoje na CPTM e no Metrô: terá ar-condicionado e bagageiro e todos os passageiros deverão viajar sentados. A expectativa do governo é iniciar a licitação em setembro e assinar o contrato no começo do ano que vem, o que permitiria que as obras fossem concluídas até o fim de 2012.